A vida é cheia de probabilidades, umas boas, outras nem tanto e outras ruins. Todo mundo vive pensando: "Ah! Se eu ganhasse na loteria!" ou, então, "Bem que eu poderia viajar neste fim de ano para o exterior!" Na maior parte das vezes, imaginamos a realização de alguma coisa boa, interessante, a não ser que sejamos pessimistas em extremo e vivamos a pôr caraminholas na cabeça.
Tive um professor de Economia, na Faculdade de Direito, que afirmava sempre sobre a tolice de jogar na loteria. Mostrava para nós, alunos, as ínfimas probabilidades estatísticas de acertar nos números e ficar milionário. Ele era um senhorzinho de idade, preocupado com suas economias e não jogava um centavo fora. Tudo era medido e contado. Ia a pé do hotel em que se hospedava à Faculdade para não gastar dinheiro com ônibus.
Você já pensou nas mil e uma probabilidades que temos na vida e que nunca se realizam? Às vezes é até bom mesmo que não se realizem, por que são horríveis e nos causariam pesar. Outras vezes, no entanto, vivemos uma vida inteira torcendo para que se realizem e jamais acontecem. A mocinha sonhadora passa uma existência idealizando seu príncipe encantado, no entanto, acaba ganhando calos nos cotovelos de ficar como a Januária na janela esperando... Eu também já pensei, centenas de vezes, como seria bom ganhar na loteria! Receber aquele monte de dinheiro e poder ajudar a família, dar esmolas para associações filantrópicas. Mas, para mim é 100% impossível ganhar porque não compro sequer um boleto.
Falando em probabilidades, há uma ideia que me vem parafusando os neurônios há certo tempo. É sobre as probabilidades dessas eleições que estão cada vez mais próximas. A chance de cairmos de novo nas mãos daquela camarilha que deixou o Brasil desnudo, com os cofres mais luzidios que cacos de vidro ao sol? Se há coisa com a qual não me conformo é com essa probabilidade de abrirmos a porteira para um ex-presidiário que já estava com a sentença declarada, carimbada, e de repente, graças a cambalachos e atitudes vergonhosas, tudo voltou à estaca zero. E o povo, com a memória comprometida cai, de novo, no mesmo engodo, e passa a acreditar nele, esquecendo-se que foi o próprio e sua coleguinha fraca de raciocínio e rápida nos conchavos, que deixaram o Brasil nessa mer... reca, atolado e exaurido. E o cara vem aí cheio de pose, como um profeta que vai consertar nossas mazelas, chagas, feridas causadas por ele e seu asseclas. As palavras são as mesmas, as promessas não variam e a turba ignara cai nos mesmos engodos, nas mesmas falsidades de quem já provou que não é confiável e não tem características para ser chefe nem de circo de cavalinho.
Não se trata de ser a favor deste ou daquele. Trata-se simples e claramente de não cair na mesma situação de babaquara, de baba-de-boi de quem já se estatelou uma vez e parece estar pronto a dar o lombo para ser vergastado mais uma vez. Não é todo mundo que gosta de apanhar. Como pôr como mandatário alguém que não pode sair na rua, entrar num restaurante, que é imediata e ostensivamente chamado de corrupto, ladrão e quejandos?
Ou será que, se acontecer o pior e for eleito, ele vai fazer como os chefetes do STF, que mandam prender quem estiver contra eles? Mas, não são eles que vivem falando contra a ditadura? O mal mais risível é cometer um erro que somos os primeiros a condenar. Pobre Brasil! Enquanto este povão não receber um mínimo de educação que lhe dê condições de confirmar que 2+2 são 4, jamais sairemos desta lamaceira que começou a cheirar mal.
Infelizmente, estou falando de uma probabilidade perigosa que estatisticamente tem tudo para se concretizar. Só depende de você. Boa sorte!
Dra. Maria da Glória De Rosa
Pedagoga, Jornalista, Advogada
Profª. assistente doutora aposentada da UNESP