Não sei se a maioria dos cristãos conhece o livro O Novo Catecismo, uma obra redigida pelo Instituto Catequético Superior de Nijmegen, em colaboração com outros autores, e por ordem dos Senhores Bispos da Holanda. Neste artigo, pretendemos nos basear totalmente nessa obra, da qual destacamos um trecho muito pequeno que fala sobre a linguagem e sua importância na vida do cristão. É tão-somente uma gota desse oceano majestoso que é o livro ao qual aludimos.
As palavras pertencem aos nossos atos mais importantes. A linguagem pode até transformar a existência. É por meio dela que se faz a comunicação mais íntima entre os homens. O amor transmite-se pela palavra. Falar é dádiva a um tempo tremenda e bela. A palavra é o único poder que pode fazer explodir a bomba atômica. Mas, só ela também é capaz de retê-la. Uma única palavra pode tornar uma pessoa alegre até o mais íntimo do ser. Cristo usou da palavra para pregar. Chama-se até o "Verbo", a "Palavra".
O fundo de toda linguagem é a conversação: estar sentados, juntos, e falar coisas sem importância. É nesse ambiente que conhecemos mais uns aos outros. Quem usa sempre a palavra não permitindo o outro falar, destrói quase sempre alguma coisa. Deixar alguém falar, e dar-lhe atenção, pode fazê-lo mais feliz.
Muitas vezes, é até bom elevar o nível da conversa, principalmente se o assunto é novo, como, por exemplo, inteligência artificial (IA). Isso facilita descobrir parcelas da verdade. Não convém falarmos sempre superficialmente ou nunca termos outra coisa senão conversa fiada. Falar pouco é melhor que falar asneiras. Pela linguagem podemos fazer o bem quando animamos alguém, apreciando-o publicamente, quando agradecemos ou até censuramos alguém honestamente. Há pessoas que não permitem advertência. Ora, a advertência é até boa, desde que seja para corrigir algumas falhas.
Faz muito mal quem, por palavras, fere ou destrói outra pessoa, ou também a elogia egoisticamente. Arma assaz aguda é o silêncio: ignorar ou Negar a alguém pode ser pecado muito grave se o fizermos durante muito tempo com quem vive conosco, sob o mesmo teto e na mesma família ou comunidade.
Particularmente é muito grave falar mal de outro. Respira-se gelidamente quando alguém fala a nosso respeito e percebem-se olhos cheios de desconfiança. Se se trata de falta realmente existente (detração) ao falar sobre o caso pode causar prejuízo irreparável. Tratando-se de uma falta que não é verdade (calúnia) o ato é extraordinariamente maldoso e injusto. É benéfico ressaltar algo de bom no outro. Enriquece tanto a pessoa que fala, como os que a ouvem.
Oxalá quem ler esta mensagem sinta a responsabilidade de usar as palavras e procure pensar antes e falar! Quem fala o que quer deve estar cônscio de sua responsabilidade.
Rodapé. Estas linhas, no final deste texto, não são menos importantes. Pelo contrário, para mim são mais relevantes que o próprio texto. Quero me despedir publicamente de minha amiga Daicy (não precisa do sobrenome, ela era maior que todos os atavios da lei ou da sociedade). Era "minha amiga" Daicy, e pronto! que ficou encantada e não está mais entre nós. Viveu uma vida linda, de amor e fé, e foi buscar a recompensa que merece, lá das mãos de quem esperava por ela. Vai, querida, repousar eternamente com os anjos, ao lado de Nossa Senhora da Gloria! Uma lágrima de amor e de saudade!