Costuma-se dizer que se conselho fosse bom não seria gratuito. Não sei da eficácia desse dito popular nem sei se conselho é bom de ser dado. A verdade é que nós, a vida toda exercendo o ministério de professora, adquirimos o vezo, de dar conselhos. Obviamente, na maioria das vezes, não são seguidos, mas, para não perder o hábito, aqui estamos novamente caindo no mesmo chão.
Primeiramente, quem dá conselhos deve assumir um compromisso com a verdade ou pelo menos não mentir. Todo aquele empenhado nesse mister deve fazer um pacto com a verdade e a sabedoria. Procurar, como aconselham os mais prudentes, destilar essa sabedoria em palavras e expressá-las de modo prudente e cuidados genuínos.
Depois dessa introdução, a pergunta que não quer calar é: O que fazer com uma nação estraçalhada? Eis aí uma questão pertinente e bastante comum. Citemos, por exemplo, a Argentina, a Ucrânia, Israel e tantas outras nações do mesmo patamar. Cada uma sabe o que está ocorrendo nas suas entranhas e o que fazer para proteger o calcanhar de Aquiles? Cremos que não. A situação do Brasil não é muito diferente dos países mencionados: estamos nos dividindo com muito ódio, polarizando e caminhando em direção ao caos. Para onde caminhamos?
Recentemente, a Presidente do PT, Deise Hoffmann, afirmou que a popularidade de Lula está caindo e, se isto continuar acontecendo, "o Congresso vai nos engolir". E como pretende minimizar a situação? Procurando acordos, procurando a bandeira da paz para ambos os lados? Não, monitorando Bolsonaro, vigiando seus passos, sabendo onde a cada minuto ele está pisando.
Infelizmente, é assim nossa política, de ambos os lados. Cada um procurando se salvar, defendendo-se, atacando os oponentes como se fossem inimigos mortais, odiando-os como se não fôssemos todos irmãos. A nação está seccionada e está difícil recolher os cacos e rejuntá-los.
Sob estas condições, o que é necessário fazermos para evitar a catástrofe? Que cada lado procure colocar a verdade à frente, como a vemos. Não os argumentos que justificam nossas ideologias, não às maquinações que promovem nossas ambições. O que fazer então em prol de nossos conceitos cristãos? Sacrificar tudo que valorizamos? "Deixe a lenha morta queimar de modo que o novo crescimento prevaleça", é o que aconselha o psicólogo e filósofo Peterson. Buscar a verdade, a verdade nua e crua de nossa existência, para que os outros a vejam e contemplem-na, para que encontremos um consenso e continuemos juntos. E isso demanda tempo, muito tempo. Não se muda a maneira de encarar os fatos da noite para o dia.
E se você continua sem saber o que é a Verdade, então, meu amigo, procure se encontrar e buscar valores autênticos para continuar vivendo. Se ainda não se encontrou consigo mesmo, jamais estará em condições de lutar por alguma coisa. Como lutar pelo bem de uma nação se não sabemos o que queremos de nós mesmos? Se não lemos nem temos uma cartilha de bons princípios e de objetivos sustentáveis? Ou nós encontramos um caminho, ou abrimos um.