Meibomite e blefarite são os nomes que usamos na oftalmologia para descrever a inflamação não contagiosa das pálpebras. A blefarite afeta a base dos cílios e a meibomite afeta a parte mais interna da margem palpebral.
São provenientes da produção excessiva de secreção oleosa das pálpebras. Por vezes, há a obstrução dos ductos de drenagem destas glândulas, criando uma condição favorável para o crescimento bacteriano. As pálpebras ficam cobertas por detritos oleosos (caspas) e bactérias.
Os sintomas mais encontrados são: coceira, irritação ocular, sensação de corpo estranho, lacrimejamento, lágrima com aspecto espumoso, vermelhidão no bordo palpebral, calázios e hordéolos de repetição, entre outros. Comumente são confundidas com conjuntivite, devido a semelhança nos sintomas. Pacientes com problemas dermatológicos (por exemplo acne ou rosácea) tem uma maior tendência ao desenvolvimento de blefarite e meibomite.
Se não tratadas, estas condições podem se agravar e provocar alterações anatômicas e fisiológicas nas pálpebras e nos cílios. Ainda, podem predispor a infecções mais graves (celulite, infecções na córnea, úlceras, entre outros).
O tratamento consiste em pomadas de antibióticos e anti-inflamatórios nas crises, compressas mornas, higiene dos cílios com xampu neutro diariamente ou produtos específicos. Além disso, mudanças dos hábitos alimentares (diminuição da ingestão de gorduras, alimentos condimentados e enlatados, doces e refrigerantes) costumam ajudar no quadro. Usualmente o tratamento precisa ser mantido por longos períodos.
Dr. Daniel Mattos
CRM 123601
Oftalmologista