Alergia a picadas de pernilongos

Por Jornal Cidade de Agudos em 21/04/2023 às 18:46:25

Juntamente com os surtos de dengue há aumento dos quadros de alergia a picadas de insetos hematófagos (mosquitos e pernilongos). Assim como os transmissores da dengue, os pernilongos também se reproduzem em recipientes com água limpa e parada e, portanto, é esperado um acréscimo na sua quantidade.

Há inúmeras espécies de pernilongos, a maioria inofensiva, causando apenas desconforto local temporário devido à irritação causada pela picada. A saliva desses insetos contém compostos que impedem a coagulação do sangue, possibilitando, assim, a sucção pelo aparelho bucal. Essas mesmas substâncias causam vermelhidão, inchaço e coceira. Uma curiosidade interessante é que somente a fêmea necessita do sangue, pois ele é importante para o desenvolvimento dos ovos. As complicações, quando existem, são infecções secundárias causadas pela coçadura com mãos contaminadas.

Como os pernilongos em geral também se desenvolvem na água parada e limpa, a prevenção contra as picadas é similar à da dengue, ou seja, não acumular lixo e não jogá-los em terrenos baldios, colocar areia no prato dos vasos e cobrir todos os recipientes que possam acumular água.

Ainda não se sabe o porquê de algumas pessoas atraírem mais pernilongos que outras. Não há evidências de que alimentos ou odores naturais atraiam ou afastem esses insetos. A melhor maneira de prevenção é evitar seu nascimento. O uso de métodos de barreira, como loções repelentes, roupas longas e claras e mosquiteiros também podem ser utilizados, lembrando que dificilmente os repelentes cutâneos têm ação maior que quatro horas. Inseticidas devem ser usados nos casos de infestações maciças, pois podem levar ao desenvolvimento de espécies "resistentes". Também recomenda-se manter as unhas das crianças curtas e limpas, ajudando, assim, a diminuir o risco de infecções secundárias.

A grande maioria das picadas resolve-se espontaneamente após algumas horas. Utilizam-se pomadas antiinflamatórias ou medicações antialérgicas via oral no caso de quadros mais intensos. Reações generalizadas relacionam-se com alergias respiratórias não controladas. Consultem sempre seu médico de confiança.

E como sempre me coloco à disposição para eventuais dúvidas que surgirem

Grande abraço a todos.

Dr Eli Roberto Garcia Filho

CRM-SP 104.828

Médico alergologista pediatra

RQE: 66080/660801

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