O amor se concentra na outra pessoa, em suas qualidades positivas que a tornam perfeita para você. Em vez disso, a dependência emocional é baseada em um sentimento de vazio que precisa ser preenchido por alguém.
Pode ser difícil perceber às vezes, mas há uma diferença entre estar apaixonado e estar emocionalmente dependente de alguém. Muitas pessoas se referem ao parceiro como a outra metade. Isso soa romântico, mas em um relacionamento é necessário ter independência. Antes que você possa estar em um relacionamento sério e duradouro, você precisa estar confiante com quem você é e o que você quer da vida. Um relacionamento baseado na codependência em vez de amor não durará. Se quisermos ser parte de um relacionamento saudável, precisamos aprender a distinguir entre dependência emocional e amor.
Veja o exemplo a seguir...
F se sentia apaixonada por M, e envolveu-se tanto que não conseguia fazer nada sem a opinião dele que muitas vezes não era exatamente o que a deixava satisfeita, mas M era tudo pra ela e deixá-lo contrariado era viver sem seu sorriso, sem migalhas do seu "amor", mas essas "migalhas"já eram suficientes para ela. M a constrangia perto dos outros e a diminuía cada vez mais para que ela se sentisse mais dependente e ela acreditava que realmente era inferior e foi se anulando até tornar-se depressiva. Um dia M queixou-se com F, que sentia muito sufocado na relação e que queria um tempo. F então, com medo de perdê-lo, aceitou deixá-lo curtir sua liberdade com amigos em lugares que não havia espaço para ela. Perdida e sem ninguém, passou a sondar as redes sociais do namorado e percebeu que ele tratava outras mulheres com muito carinho, delicadeza, elogios que ela não recebia dele. F chorava, sentiu-se até culpada, acreditando que era por falha dela esse interesse do amado por outras meninas. Com muito esforço e após muita insistência de uma antiga amiga, aceitou ao convite de saírem.
Ao chegar ao local, F tinha vontade de voltar para a casa, pois sentia que estava fazendo tudo errado e que deveria ficar em casa esperando M dar sinal de vida, mesmo assim, resolveu ficar e acabou se distraindo e foi muito agradável a noite.
No outro dia M ligou e ela contou que havia saído e o rapaz brigou com ela. F então mais uma vez se sentiu culpada, mas começou a pensar sobre a situação e decidiu então terminar o namoro. Sofreu, chorou, quis voltar atrás, mas resistiu. Resolveu então resgatar tudo o que havia deixado para segundo plano, ou seja, resolveu investir em si própria e passou a ocupar-se de coisas que lhe faziam bem, mas que havia esquecido porque o namorado a impedia.
De repente ela foi se redescobrindo e percebeu o quanto era capaz de viver fora daquela relação tóxica e aí vem o melhor, percebeu que realmente ela é quem havia permitido. Mas agora não como a culpada, mas com a razão passou a refletir que não era amor e sim dependência emocional.
Lembre-se sempre em primeiro lugar, se o seu relacionamento lhe trouxer sofrimento (como tristeza ou ansiedade) e você ainda se sentir incapaz de mudar de caminho ou de abandoná-lo, é altamente provável que você tenha algum grau de dependência emocional. Relacionamentos são complicados e exigem esforço, mas não sofrimento.
Rosana Taveira Napoleone
Psicóloga Cognitivo Comportamental
CRP: 06/103931
Consultório: Av. Rui Barbosa, 324 - Centro - Agudos/SP