Americanas: PF investiga fraude bilionária e conivência bancária!

Ex-executivos delatam esquemas que lesaram fornecedores e acionistas minoritários.

Por Jornal Cidade de Agudos em 13/04/2025 às 07:49:51

A PolĂ­cia Federal (PF) aprofundou as investigações sobre as fraudes contĂĄbeis que levaram a um rombo de R$ 22,8 bilhões na Americanas. O esquema, segundo a PF, beneficiou bancos com retornos expressivos, enquanto fornecedores e acionistas minoritĂĄrios foram duramente prejudicados.

Ex-executivos da Americanas, agora atuando como delatores, afirmam que a colaboração dos bancos foi crucial para a continuidade das fraudes. As investigações apontam para a manipulação de registros financeiros, com a utilização de cartas fictĂ­cias de verba de propaganda cooperada e e-mails falsos, resultando na ocultação de dĂ­vidas e falta de transparĂȘncia com os investidores.

"Sem o apoio dos bancos, as fraudes não teriam alcançado a magnitude observada." declarou FĂĄbio da Silva Abrate, ex-diretor financeiro da Americanas.

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) nega que as instituições financeiras tivessem conhecimento das irregularidades e alega que, se soubessem, não teriam continuado a conceder emprĂ©stimos. Os bancos afirmam ter mais de R$ 20 bilhões a receber, sem garantias, e que a responsabilidade pelas informações financeiras era dos gestores da Americanas. Essa narrativa, no entanto, não convence, dado o histórico de atuação questionĂĄvel de algumas dessas instituições no Brasil.

O relatório da PF, que embasa a denĂșncia do MinistĂ©rio PĂșblico Federal, envolve treze ex-executivos da Americanas, acusados de associação criminosa e manipulação de mercado. Entre os indiciados, estão Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez, Anna Christina Ramos Saicali e JosĂ© Timotheo de Barros.

As fraudes, que se estenderam por mais de uma dĂ©cada, utilizavam o mecanismo de risco sacado, comum no setor varejista. Esse mecanismo permitia à empresa antecipar pagamentos a fornecedores e apresentar balanços inflacionados, beneficiando acionistas com dividendos fictĂ­cios. A revelação das fraudes, no entanto, causou uma queda no valor das ações da empresa.

FlĂĄvia Carneiro, que trabalhou na empresa em 2007, relatou inconsistĂȘncias desde sua chegada, indicando que as metas financeiras não refletiam a realidade, criando uma "bola de neve" de resultados inflacionados. Os delatores afirmam que as fraudes eram amplamente conhecidas internamente. Segundo FĂĄbio Abrate, havia um "conhecimento generalizado" sobre as manobras financeiras.

"Havia um conhecimento generalizado sobre as manobras financeiras." afirmou FĂĄbio Abrate.

A PF conclui que a operação contava com um conhecimento coletivo, sugerindo um ambiente corporativo de conivĂȘncia com prĂĄticas ilĂ­citas. O Santander declarou um prejuĂ­zo de quase R$ 4 bilhões devido às fraudes, enquanto o ItaĂș negou envolvimento. Ambos os bancos rejeitam a responsabilidade pelas demonstrações financeiras da Americanas.

*Reportagem produzida com auxĂ­lio de IA

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