PCC usa banco para lavar dinheiro e financiar candidatos; entenda

Esquema movimentou R$ 8 bilhões para beneficiar a facção e envolvia um banco e 19 empresas

Por Jornal Cidade de Agudos em 04/09/2024 às 08:03:30

A PolĂ­cia Civil de Mogi das Cruzes (SP) descobriu um esquema ilĂ­cito que movimentou R$ 8 bilhões por meio de um banco e 19 empresas. A investigação mostra que o Primeiro Comando da Capital (PCC) usava esses recursos para financiar campanhas eleitorais em vĂĄrias cidades de São Paulo, informou o portal UOL, nesta terça-feira, 3.

A instituição financeira 4TBank, com sede em Mogi das Cruzes, operava como uma fintech para lavar dinheiro e apoiar candidaturas. A polĂ­cia afirmou que o banco, criado pelo PCC, beneficiou candidatos em Mogi das Cruzes, Ubatuba e Santo AndrĂ©.

O 4TBank, em suas redes sociais, se apresenta como um banco digital que oferece serviços como pagamento de contas, transferĂȘncias on-line, recarga de celular e negociação de criptoativos.

Com CNPJ ativo hĂĄ cinco anos, o 4TBank operava tambĂ©m com outros dois CNPJs: um em um escritório compartilhado na zona sul de São Paulo e outro em um prĂ©dio comercial em Palmas, no Tocantins.

A movimentação financeira do PCC

Nos Ășltimos cinco anos, a unidade de Mogi das Cruzes movimentou R$ 600 milhões. Quase R$ 100 milhões foram em saques e dinheiro em espĂ©cie. O delegado FabrĂ­cio Intelizano informou que o banco atuava sem autorização do Banco Central e que os responsĂĄveis estão presos, com contas bloqueadas.

A operação identificou 32 pessoas investigadas, das quais seis estão diretamente ligadas ao banco do PCC. Outras são associadas ao trĂĄfico de drogas, incluindo esposas de presos e integrantes da facção. O banco administrava dez empresas e seis indivĂ­duos investigados.


Os candidatos financiados pela facção criminosa

A investigação começou em junho de 2023, quando a polĂ­cia acessou o celular de Fabiana Lopes Manzini, esposa de Anderson Manzini, um integrante antigo do PCC. Ele estĂĄ preso desde 2002.

Fabiana, considerada integrante do PCC, estava à frente dos negócios. Conversas interceptadas entre Fabiana e João Gabriel de Mello Yamawaki, primo de Anderson, revelaram orientações sobre candidatos polĂ­ticos a serem beneficiados financeiramente.

As mensagens mostraram que Yamawaki indicava candidatos ligados ao PCC em cidades como São JosĂ© do Rio Preto, Campinas e Baixada Santista. Ele, integrante do nĂșcleo financeiro da facção, apelidado de "Câmbio", buscava aumentar os lucros do 4TBank e eleger vereadores em São Paulo.

Anderson Manzini, considerado o elo central do esquema, deve prestar depoimento nos próximos dias.

Fonte: Revista Oeste

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