Na natação e no atletismo as baterias tiveram que ser multiclasses, com pódios definidos por meio de uma pontuação que levou em conta o tempo ou a marca e o desempenho do atleta conforme o grau de comprometimento. Ou seja: competidores com deficiências físico-motoras, visuais e intelectuais brigaram entre si pelas medalhas. No caso específico do atletismo, a divisão se deu pelo tipo de disputa: salto em distância, velocidade (cem e 400 metros) e meio-fundo (1,5 mil e três mil metros). A prova em que o jovem obtivesse mais pontos valeria para a classificação final.
Por exemplo: o brasileiro José Alexandre Martins da Costa, da classe T47 (amputação em um dos membros superiores), recebeu 1.167 pontos pelo desempenho nos cem metros e 1.144 nos 400 metros. A primeira pontuação, mais elevada, valeu a medalha de ouro dos velocistas no masculino. O francês Thebaut Evan, da T12 (baixa visão), por sua vez, obteve 861 pontos nos cem e 959 nos 400 metros. O segundo resultado foi levado em conta - ele ficou na sétima posição.
O judô, por sua vez, teve apenas seis inscritos (três do Brasil) em cinco pesos. Na prática houve uma única disputa por medalhas, com vitória da espanhola Maria Manzanero sobre a brasileira Larissa Barros de Oliveira, de 16 anos (dois a menos que a rival), na categoria até 57 quilos. No último dia foi realizada uma clínica com a judoca francesa Gevrise Emane, tricampeã mundial e medalhista de bronze na Olimpíada de Londres (Reino Unido), em 2012, na categoria 63 quilos.
Apesar das adaptações, o evento serviu para que muitos dos jovens que dele participaram competissem pela primeira vez longe de casa. Este foi o caso de Gabriel Guimarães, de 16 anos, apresentado ao esporte adaptado na escola paralímpica do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e atualmente dono do sexto melhor tempo do país nos cem metros na classe T12. Na França ele ficou em terceiro entre os velocistas, atrás de José Alexandre e do também brasileiro Leandro de Oliveira Viana, da categoria T20 (deficiência intelectual).
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“A experiência na Gymnasíade foi muito incrível, diferente. Descobri novos países e culturas. Os resultados foram contabilizados de forma diferente, fiquei com o bronze, mas com sabor de ouro para mim, por todo o trabalho feito e a dedicação de todos, como meu guia, Célio Miguel, meus pais e família. [A Gymnasíade] foi muito importante para meu crescimento como atleta”, resumiu Gabriel à Agência Brasil.
Fonte: Agência Brasil