Jô Soares estava longe da televisão, mas seguia trabalhando em outros projetos. Um deles era um romance policial sobre um assassinato misterioso que envolvia toda a população de um edifício. Ele também se preparava para retornar aos palcos, pois estava finalizando a montagem da peça “À Meia Luz”, que tinha previsão de estreia no dia 9 de setembro, no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo. A obra conta a história de um homem que tenta fazer com que a mulher duvide da própria sanidade mental, a fim de mantê-la sob seu controle. Ele abaixa as luzes da casa onde vivem e nega qualquer alteração no entorno. A manobra do marido faz com que a jovem esposa acredite que está velha, duvidando de tudo que está a sua volta. O texto foi escrito pelo inglês Patrick Hamilton, nos anos 1940, com o título original de “Gas Light”, e ganhou uma versão para o cinema, que ganhou o mesmo nome da peça, sob a direção de Thorold Dickinson. O longa acabou gerando o termo “gaslighting“, atualmente usado para denominar a ação de um agressor que faz com que sua vítima, geralmente uma mulher, passe a duvidar de si mesma, de suas condições mentais e de sua sanidade. Jô não teve tempo de estrear com o espetáculo, morreu na madrugada desta sexta-feira, 5, aos 84 anos. A causa da morte não foi divulgada pela família.
*Com informações do Estadão Conteúdo.
Fonte: Jovem Pan