Nesta quarta-feira, a deputada Janaína Paschoal (PRTB) declarou que está decepcionada com Geraldo Alckmin (PSB) após estabelecer uma aliança com o ex-presidente Lula (PT). Ela disse que foi traída, como se tivesse levado uma "facada".
"Aquele eleitor que se sente de direita está revoltado com o Alckmin. Eu sinto como uma facada, porque votei no Alckmin várias vezes e acho que ele traiu confiança de todas pessoas que acreditaram que ele era uma alternativa ao PT. Ele não estimula ninguém a votar nele, não tem energia ali. Mas as pessoas votavam nele contra o PT" , declarou Janaina.
A deputada admitiu, entretanto, que acredita que Alckmin atrairá votos para Lula, de um "eleitor tipicamente PSDB, que não é de direita, mas tem vergonha de ser de esquerda". No raciocínio de Janaína, esse eleitor acreditará que Geraldo vai conter o radicalismo de Lula.
"Essa movimentação do Lula mostra a habilidade que a esquerda tem, mas a direita não tem. Enquanto Lula busca moderação para a imagem, o Bolsonaro vai buscar um general mais duro do que o atual vice presidente. No lugar de flexibilizar, Bolsonaro endurece" , disse Janaina, que já declarou abertamente o voto no atual presidente.
Quanto a Bolsonaro, a deputada tem duras críticas sobre algumas de suas movimentações políticas. Ela reclamou, inclusive, do fato de Bolsonaro ter se filiado ao PL.
"O PL de São Paulo não é Bolsonaro. Eles se iludiram com o número, que todo mundo ia ter o mesmo número. Mas já se arrependeram. Se vão reconhecer o arrependimento, não sei. Acontece o egocentrismo. Eles acreditam que o presidente tem a força e vai levar todo mundo com ele, que vão ocupar o partido e são a força. Vamos aguardar. Vejo uma auto-confiança excessiva diante dos fatos" , apontou Janaina.
Críticas a Sérgio Moro
Janaina também teceu comentários negativos sobre as últimas movimentações do ex-ministro Sérgio Moro, que recentemente saiu do Podemos e foi para o União Brasil.
"Cada dia entendo menos o Moro. Eu fui grande defensora dele, mesmo na época em que ele deixou o Ministério e foi chamado de traidor. Tentei fazer uma reflexão, entendendo que o presidente Bolsonaro tem uma personalidade difícil, os ministros também, e o Moro não se encaixou. Mas o que aconteceu agora, com o acolhimento do Podemos, e ele mudar no último dia do prazo, para um partido que só tem dinheiro para oferecer mais, eu não entendo. Prefiro nem comentar" , concluiu a deputada.
IG/Último Segundo