A Câmara Municipal é o órgão de ressonância de pluralidade da representatividade dos munícipes. Neste Estado democrático que vivemos todo o brasileiro maior de 18 anos pode candidatar-se à cargos eletivos parlamentares, exceto ao Senado onde a idade mínima é 35 anos. Em todos os municípios, principalmente nos menores, a representatividade é bem diversificada. Em Agudos não é diferente. Sempre tivemos na edilidade, cidadãos dos mais diferentes níveis. Antigamente os interesses eram menores, onde os vereadores não eram remunerados, entre outros a constituição parlamentar foi de pessoas pouco letradas à ilustres doutores. Nos anos sessenta um trabalhador braçal que plantava mamonas e as levava para a antiga Riosam, que produzia óleo daquele produto, morador da fazenda Itaquá, resolveu candidatar-se a vereador e acabou elegendo-se. Como não tinha automóvel, o que não era raro na época, vinha para as sessões montado numa mula, daí ter recebido o apelido de "Zé da mula". Era prefeito nesta época, o festejado José de Abreu. Trata se de José Octaviani Filho, que acabou virando chefe de uma dinastia de políticos da cidade, mercê da vontade divina. Homem calmo e caridoso, de muita religiosidade, foi casado com Joana Gonçalves Octaviani, com quem teve cinco filhos (Carlos hoje com 62 anos, Zinho 60, Auro 49, Beatriz 55 e Célia 51). Seu Zé como era carinhosamente chamado, mudou se para o bairro da Pavimentação, e ingressou no serviço público, como servente no antigo Grupo Escolar Coronel e Leite e passando posteriormente para inspetor de alunos no Ginásio Estadual João Batista Ribeiro, onde trabalhou até sua aposentadoria. O Filho de imigrantes italianos, muito carinhoso com seus seis netos, sentia-se orgulhoso em ver seus filhos enveredar-se para política, primeiro o Carlos, eleito várias vezes vereador e depois duas vezes como prefeito e depois o Auro também como vereador de vários mandatos. Orgulho que se estendeu com a eleição por duas vezes do seu neto Everton, também eleito duas vezes prefeito desta cidade. Seu Zé nasceu e morreu, aqui mesmo no ano de 2006. Seu nome foi perpetuado com uma merecida homenagem onde foi consignado o seu nome a uma creche-escola no bairro da Pampulha. Infelizmente ele não teve o privilégio de ver seu outro neto, o Fernando, filho do Carlos, também ser eleito prefeito, também de sua cidade natal.
Tentei retratar neste rápido artigo-bibliográfico, uma homenagem a alguém que com sua simplicidade procurou colaborar com dignidade a memória desta nossa querida terra.
SAMUEL AGUIAR FERRO - Médico e Vereador