A ministra Isabel Gallotti, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), suspendeu um trecho da campanha do candidato Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT), que liga o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, à violĂȘncia praticada com armas de fogo. A ministra entendeu que a propaganda do programa do petista usa declarações fora de contexto.
No vĂdeo da campanha, Lula apresenta falas de Bolsonaro sobre querer "todo mundo armado" e relaciona essas declarações a armas nas mãos de crianças, agressões a mulheres e crimes contra a vida. A campanha se refere à facilitação ao acesso de posse e porte de armas de fogo.
Na avaliação da ministra do TSE, a frase dita pelo chefe do Executivo estĂĄ descontextualizada. Ela atendeu ao pedido dos advogados da campanha de Bolsonaro, que alegam propaganda eleitoral negativa, alĂ©m de outras violações da legislação.
Os advogados afirmam que "o uso de arma por criança, para a intimação de mulheres ou para execuções sumĂĄrias" nunca foi defendido por Bolsonaro.
"No caso em exame, verifica-se que as imagens veiculadas de pessoas armadas na rua e no interior de imóveis, de criança manuseando arma de fogo, de violĂȘncia contra mulher e atuação do crime organizado estão descontextualizadas da fala do candidato", afirmou a ministra.
Na decisão, ela tambĂ©m escreve que na fala de Bolsonaro "não hĂĄ qualquer referĂȘncia à colocação de arma de fogo em mãos de criança, violĂȘncia urbana ou contra a mulher, incentivo ou benevolĂȘncia com crime organizado". Assim, hĂĄ flagrante descontextualização entre a fala do candidato representante, com o qual se inicia a propaganda", concluiu.
De acordo com a decisão, se o trecho em questão for excluĂdo, as demais peças podem continuar a ser exibidas.
Revista Oeste