Os tanques ocidentais "arderão" se forem enviados à Ucrânia, afirmou o Kremlin diante das negociações de Kiev com países ocidentais para receber mais veículos militares.
No início da manhã desta quarta-feira (25), a Alemanha autorizou o envio dos blindados Leopard. Essa situação permite também que outros países fechem acordos para mandar esses veículos diretamente para Kiev.
O Ocidente "superestima o potencial que [os tanques] poderiam dar ao Exército ucraniano", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. "Esses tanques arderão, assim como acontece com todos os outros", afirmou.
O porta-voz da Presidência russa disse que o envio dos tanques alemães "não mudará nada" no terreno e "criará outros problemas para a Ucrânia".
A Polônia já está pronta para ajudar a reforçar o Exército ucraniano e quer promover uma "coalizão de países que apoiam a Ucrânia com tanques Leopard".
Na terça-feira (24), o governo alemão dava sinais de que estaria disposto a ignorar as ameaças de Moscou e aumentar o apoio à Ucrânia. "Eu encorajei expressamente os países parceiros que possuem tanques Leopard prontos para o desdobramento a treinar as forças ucranianas para esses tanques", disse o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, ao receber o chefe da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, em Berlim.
"Temos que dar à Ucrânia sistemas mais pesados ??e avançados, e temos que fazer isso mais rápido", enfatizou o próprio Stoltenberg.
Segundo analistas, a Alemanha estava hesitante em confirmar o envio dos tanques pelo temor de uma escalada militar na guerra, que completa um ano no próximo dia 24 de fevereiro.
A questão gerou tensões dentro do governo de coalizão, entre o Partido Social Democrata de Scholz, os Verdes e os Liberais.
O Leopard é um tanque pesado, que, segundo especialistas, poderia romper as linhas russas no leste da Ucrânia quando a invasão russa já passa de 11 meses.
Esses tanques estão bastante disseminados na Europa, mas, para serem enviados a Kiev, era necessário a autorização da Alemanha, que sofria uma intensa pressão dos membros da Otan nos últimos dias.
"As discussões devem terminar em decisões", exigiu, na noite de terça-feira, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski. "Os aliados têm o número necessário de tanques" que o Exército ucraniano precisa para derrotar as tropas de Moscou, disse.