Falta de medicamentos, abalo emocional e superlotação de celas. Esse é o atual cenário dos manifestantes presos em Brasília descrito pelas defensorias da União e do Distrito Federal (DF), na segunda edição de um relatório produzido por elas, divulgado na noite da quinta-feira 2.
O documento informou que os presos não têm recebido atendimento médico adequado e houve "irrazoabilidade da demora para obtenção e percepção dos medicamentos". Ainda segundo o relatório, alguns detentos com doenças crônicas, "que demandam o uso contínuo de determinados fármacos", ainda não haviam recebido os medicamentos até 15 de fevereiro, quando integrantes da defensoria do DF visitaram a Papuda, onde os homens estão detidos.
"Foram identificadas pessoas com problemas de saúde que necessitam de medicação contínua, como pessoas soropositivas, com diabetes, problemas cardíacos, hipertensão, fibromialgia e asma/bronquite", observou o documento.
"Também foram identificadas pessoas que necessitam de dieta especial, bem como com intolerância à lactose e a glúten."
Sobre a alimentação, as defensorias afirmaram que "os mantimentos parecem somente piorar". Conforme o relatório, "observou-se novamente a péssima qualidade das refeições disponibilizadas". Em um trecho do texto, o documento garante que a "esmagadora maioria dos reclusos disse que uma das proteínas fornecidas é absolutamente intragável".
Também o estado emocional dos manifestantes presos está abalado, de acordo com as defensorias. "Na inspeção do bloco onde se encontravam alocadas as custodiadas, houve relato sobre questões de saúde, abalo emocional e psicológico, por conta da forma como foram presas e conduzidas até o presídio", constatou o texto.
Revista Oeste