O homo sapiens deverá agir com toda dignidade que lhe é devida. Se, sobre a Terra, é o único ser que tem pelo menos um pouco de sabedoria deverá agir diferente dos que não têm a inteligência a iluminar o caminho. Usando um truísmo, diria que alguns seres humanos não agem muito distante dos animais. É com pesar que vemos grande parte da humanidade agindo às cegas, colocando características mais pobres que a inteligência à frente de seu atos e deixando-se arrastar para estradas perigosas.
Nossas ações deveriam obedecer a certos princípios, malgrado a indiferença dos que ocupam a tabela dos sapiens. Desçamos a exemplos mais práticos, a fim de que todos captem nossa mensagem. Sim, porque nessa escala de racionais, de sabichões, existe uma gradação: nem todos têm o mesmo grau de inteligência. Gostaria de propor neste artigo o tipo de presidente que gostaria de ter para dirigir meu, nosso País, numa linguagem bem meridiana, clara que qualquer indivíduo pudesse entender, mesmo os que não foram aquinhoados com um grau muito alto de raciocínio. Como estamos num ano de eleição, a realizar-se no segundo semestre, acredito que este seja um momento oportuno para trocar algumas ideias sobre o assunto. Falando sobre a problemática agora, sobrará tempo para permitir o amadurecimento do assunto e, quando chegar o momento da decisão, estaremos mais habilitados a votar um pouco melhor.
Sei que a vida não é tão simples como pretendemos apresentá-la nestas linhas, mas, façamos o possível para salvar pelo menos algumas verdades que, certamente, não poderão ser contestadas. Então, para simplificar ao máximo meus objetivos, vou escalonar algumas qualidades que meu presidente precisaria ter. A designação desses atributos não obedecem à nenhuma hierarquia, todos têm a mesma importância.
Para mim, a sobriedade sempre foi uma característica inigualável. Emprego essa palavra como sinônimo de temperança, parcimônia, frugalidade, não abusar de bebidas etílicas. Como tomar uma medida de grandes consequências, com a cabeça desequilibrada pela bebida? O embriagado está sempre fora do prumo e sujeito a bufonaria, palhaçada. Você alguma vez confiou num bêbado? Nem para limpar seu jardim, não é mesmo? E para governar seu país?
Em todas as minhas crônicas defendi a Ética, sempre bati nesta tecla de que o homem tem que ser honesto, honrado, digno, decente, ético. É tão simples entender que quem não é honesto é... o quê? Desonesto. Simples assim. Lucra, enriquece por meios ilícitos, ilegais, proibidos. Pôr uma pessoa de caráter duvidoso para dirigir a nação é como colocar raposa para tomar conta do galinheiro. E onde há fumaça há fogo. Se fulano já foi lambuzado neste quesito, abre seu olho.
Meu presidente tem que ser trabalhador, não ter preguiça, estar sempre presente em reuniões importantes, não ser uma figura decorativa, entender do que estão tratando. Tomar parte nos encontros e ter um ponto de vista ético baseado em conhecimento, em vivência. Quando começar uma obra deverá dar-lhe continuidade, o que significa executá-la, terminá-la e não dar apenas o pontapé inicial e nunca mais prosseguir o jogo.
Outra qualidade significativa é o patriotismo. Gostaria que as pessoas não confundissem patriotismo com nacionalismo. Patriotismo é amar a sua terra sem prejudicar outras nações. Não é ufanar-se de ser brasileiro, isto é, não é jactar-se, envaidecer-se, gabar-se. A ufania supõe vaidade, soberba, ostentação. O verdadeiro patriota não é arrogante, não é altivo. Assim como um pai ama seu filho, mas não prejudica os filhos de seus irmãos, de seus conhecidos, assim também o verdadeiro patriota quer o bem de seu país sem, contudo, lesar, embaraçar outras nações. Aqui, um parêntese: do mesmo modo que não deve lesar outros povos, não deve prejudicar seu próprio país surrupiando verba para enviar a quem lhe convém.
Sobriedade, ética, trabalho, patriotismo seriam os mínimos atributos que qualquer candidato deveria apresentar para preencher sua ficha. Não perdoaria a nenhum pretendente que tivesse o descaramento de candidatar-se a um cargo político se não apresentasse a dignidade que a vida pública exige e merece. Mas, se ele tem o desplante de apresentar-se mesmo faltando-lhe condições para representar seu país... o eleitor deve pô-lo para correr já antes mesmo das eleições, negando-lhe atenção ou consideração. Se o próprio candidato não intuiu que barquinho de papel não enfrenta a procela, o eleitor deverá fazer sua parte e proceder ao processo de desinfecção. Creio ter sido bem clara para gregos e troianos, para patriotas e antipatriotas. "A penalização por você não participar da política é acabar sendo governado por seus inferiores." Platão.
Dra. Maria da Glória De Rosa
Pedagoga, Jornalista, Advogada
Profª. assistente doutora aposentada da UNESP