"O Dia Mundial da Síndrome de Down, comemorado em 21 de março, é uma data de conscientização global para celebrar a vida das pessoas com a síndrome e para garantir que elas tenham as mesmas liberdades e oportunidades que todas as pessoas. É oficialmente reconhecida pelas Nações Unidas desde 2012. A data escolhida representa a triplicação (trissomia) do 21º cromossomo que causa a síndrome."
O trabalho fonoaudiológico com crianças portadoras de Síndrome de Down é extremamente amplo, pois se preocupa com as questões de comunicação envolvendo a audição e a fala, e as questões de mastigação e deglutição (ato de engolir).
A síndrome de Down (trissomia 21) é uma condição que causa alterações no desenvolvimento corporal e cognitivo, que podem comprometer a audição, fala, mastigação e deglutição.
O trabalho inicia-se no nascimento do bebê, pois a sucção e a deglutição freqüentemente estão prejudicadas, além da coordenação destas funções com a respiração. Ainda no berçário o trabalho fonoaudiológico pode ser requisitado para adequar o processo de amamentação facilitando o ganho de peso e reduzindo a permanência do bebê no hospital.
Com o crescimento da criança o fonoaudiólogo deverá acompanhar e avaliar o desenvolvimento destas estruturas relacionadas com a alimentação, preparando-as para a fonação. A escolha dos alimentos corretos que favoreçam o desenvolvimento das estruturas orofaciais contribuem para a melhora da tonicidade desta musculatura.
Além disso, para estimular o desenvolvimento cognitivo a intervenção fonoaudiológica ocorrerá em diferentes fases. O trabalho com a linguagem receptiva e expressiva deverá ser intenso, respeitando as fases do desenvolvimento cognitivo da criança.
As alterações na qualidade vocal também são características da Síndrome de Down e podem interferir de maneira negativa no seu desenvolvimento. O preparo e acompanhamento vocal destes indivíduos podem contribuir para a melhora na qualidade de vida e melhor inclusão social.
Também é comum na síndrome de Down a presença de infecções repetidas de orelha média ocasionando perda auditiva condutiva. Portanto, o acompanhamento otorrinolaringológico e audiológico devem ser constantes, de modo a garantir a saúde auditiva evitando eventuais atrasos no desenvolvimento de linguagem decorrentes do prejuízo auditivo.
A Terapia Fonoaudiológica será finalizada somente no momento em que a pessoa com Síndrome de Down apresenta condições para expressar o que pensa e o que sente, sem que haja dificuldades de compreensão e que tenha condições de interagir e garantir o seu espaço na sociedade.
Fonte: Guia do Bebê com Síndrome de Down (Dr Zan Mustacchi)
"Cada paciente possui suas particularidades e deve ser avaliado e tratado de forma individualizada. Se você tem algum problema de saúde, procure um médico especialista."
Fernanda Freitas Monteiro
Fonoaudióloga
CRFa 2-11.539