É fato que estamos vivendo uma pandemia e, naturalmente, ficamos preocupados com apenas uma doença, no caso a COVID 19. Porém, existem outros vírus tão perigosos quanto esse. Estamos falando, nada mais nada menos, sobre a dengue, sempre presente em nosso meio, mais comum na época quente e chuvosa, cuja mortalidade é maior que a COVID. Todas as pessoas (crianças, adultos e idosos) correm risco de evoluir para doença grave e sua prevenção deve ser feita de maneira contínua.
Até o momento houve 362 casos confirmados, em Bauru, até o dia 10/08/2021.
Está claro que não podemos comparar com o ano de 2019, época que tivemos a última epidemia, porém precisamos ficar alertas, pois a doença ainda está presente em nosso meio.
A grande preocupação é que as epidemias de dengue são cíclicas. A cada três ou quatro anos aparecem aumentos grandes no número de casos dessa doença,
principalmente na época das chuvas. No ano de 2019, Bauru teve mais de 26.000 casos notificados (excluindo os pacientes que optaram por não procurar os serviços de saúde). Em 2015, ano da penúltima epidemia, foram mais de
8.500 casos, sendo que, na época, já foi considerada como a "epidemia mais forte que a região já teve".
Não estou minimizando a COVID 19. Devemos tomar todos os cuidados possíveis de higiene pessoal e coletiva para impedir a disseminação do coronavírus. Mas não podemos nos esquecer da dengue, uma doença ainda mais perigosa. Andando pela cidade, ainda vejo muitos buracos no asfalto e calçadas, além de lixo e entulho nos terrenos. Se houver chuva, mesmo fraca, haverá acúmulo de água e as larvas do mosquito vão aparecer. Ainda existem piscinas abandonadas, sem cuidados básicos de tratamento da água! Nós já
sabemos o que vai acontecer no final.
O mosquito vive, em média, 30 dias. Nesse período, a fêmea pode voar até 2 km, picar 300 pessoas e colocar em torno de 3000 ovos.
A eliminação dos reservatórios de água é a maneira mais efetiva para evitar essa doença. Também existem outras medidas que devemos utilizar:
1-cuidar das piscinas, colocando cloro na água e ligando a filtração todos os dias
2-não jogar lixo na rua ou nos terrenos vazios
3-limpar os terrenos para que não haja acúmulo de água
4-limpar as caixas de água. Se possível, coloquem telas no cano de respiro. Acreditem: os mosquitos entram e saem por esse cano
5-tomar cuidado com inseticidas: além de serem tóxicos, podem selecionar mosquitos mais resistentes
6-usar métodos de barreira como roupas de mangas compridas e cores claras. O mosquito procura móveis e objetos com cores escuras para ficar camuflado.
O uso de repelentes também é recomendado, mas devem ser repassados em até três horas.
7-lavar e esfregar as paredes dos vasos. Os ovos do mosquito podem sobreviver por até 450 dias fora da água.
Tomando esses simples cuidados nós vamos eliminar a dengue, doença mais grave que o coronavírus. Essas medidas também evitam e proliferação dos pernilongos, cujas picadas causam um incômodo muito grande. Fica o alerta!!
Dr Eli Roberto Garcia Filho
CRM-SP 104.828.
Alergista pediatra, defensor sumário da escola e da educação infantil. - RQE 66080/660801