RIO DE JANEIRO, 14 de dezembro — O General Braga Netto (67), ex-ministro da Defesa, ex-chefe da Casa Civil e candidato a vice-presidente na última eleição presidencial do Brasil, foi preso na manhã de hoje em sua residência em Copacabana, no Rio de Janeiro, durante uma operação da Polícia Federal (PF) autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que investiga uma suposta "tentativa de golpe de Estado".
"[â¦]mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal em face de investigados no inquérito que apurou a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do governo legitimamente eleito em 2022 [â¦] estão sendo cumpridos um mandado de prisão preventiva, dois mandados de busca e apreensão e uma cautelar diversa da prisão contra indivíduos que estariam atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal" -nota da PF
De acordo com a PF, os mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão já foram cumpridos e o General foi conduzido ao Comando Militar do Leste, onde permanecerá sob custódia do Exército.
Dois aparelhos celulares do General foram apreendidos na operação.
Braga Netto é citado 98 vezes no relatório de 884 páginas da chamada "Operação Contragolpe".
O General está sendo formalmente acusado pelos crimes de "tentativa de abolição do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa", cujas penas somadas ultrapassam 30 anos.
Também foi alvo da mesma operação o ex-assessor de Braga Netto, coronel Peregrino, que de acordo com a PF, era quem guardava um plano denominado "Lula não sobe a rampa” (documento impresso apreendido em sua mesa no mês passado).
O mandado de busca e apreensão contra o coronel Peregrino foi cumprido em Brasília.
Ainda DE ACORDO COM A PF, Braga Netto seria o "chefe do grupo militar que planejou a intervenção militar" e teria "aprovado e financiado um plano para matar o presidente Lula, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes".
A PF se aproximou de Braga Netto após uma delação realizada pelo ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid.
À Polícia Federal, Cid disse que Netto teria entregue dinheiro em espécie, dentro de embalagens de vinho, a militares envolvidos no planejamento de um suposto golpe de Estado. Cid também disse que foi estimado um valor de R$ 100 mil para o cumprimento do dito plano, mas que nada havia sido comentado sobre a morte de pessoas.
A defesa do General ainda não emitiu uma nota, porém Braga Netto já disse que "nunca se tratou de golpe e muito menos de plano de assassinar alguém” e que “sempre primou pela correção ética e moral na busca de soluções legais e constitucionais".
Este espaço será reservado para o posicionamento das defesas dos envolvidos na operação de hoje.
(Matéria em atualização)
O Apolo Brasil