Início da década de 1960. A Irmã franciscana Gabriela que trabalhava no Hospital de Agudos, incentivada pela então estagiária do Serviço Social, Maria Helena Sanches convidou as Sras. Josefina Carlim Vitti e Argentina Vitti Monteiro para desenvolverem um trabalho social na recém-formada Vila Vienense.
A proposta inicial era para que elas ensinassem costura às mulheres daquela região, enquanto a Irmã Gabriela orientava as gestantes e nutrizes sobre cuidados de higiene e saúde, alimentação e cuidados com os bebês. Elas iniciaram essa atividade aos domingos, no período da tarde, numa sala de aula onde hoje funciona a EMEI Sílvia Maria Amato Trigo.
Rapidamente elas conseguiram o envolvimento da comunidade com doações de tecidos e roupas velhas para as aulas de corte e costura. Toda a produção dos cursos era destinada às próprias alunas. Apesar da dificuldade de ter só uma máquina de costura disponível para ensinar dezenas de mulheres, isso não foi motivo de desencorajamento para elas.
As senhoras Argentina e Josefina faziam parte da Irmandade "Pia União de Santo Antônio", entidade criada pelos Padres Franciscanos e que atuava na Capela Santo Antônio (hoje Matriz). A presidente era a senhora Zilda Marchi Bombonatti, que acompanhava de perto essa iniciativa assistencial. Orientadas pelo Capelão Frei Mariano Tenfen, a Irmandade passou a assumir esse trabalho social de caridade apostólica no bairro, agindo com perseverança, vontade e disciplina.
A demanda foi grande. Faziam filas para serem atendidas. A semente de uma nova Associação estava sendo plantada. Era preciso, no entanto, reunir forças para criar e estruturar uma Instituição que abrigasse voluntários e assistidos. Essa movimentação de famílias despertou o interesse das autoridades e lideranças civis e religiosas.
Nesse período, a Primeira Dama, Dona Ruth Lopes, esposa do então prefeito Dr. Manoel Lopes se interessou pelo trabalho e começou a contribuir fornecendo transporte, buscando no Seminário de Agudos 7 seminaristas e levandos-os com as senhoras até aquela escola. Os seminaristas ensinavam catecismo para os filhos das mulheres que frequentavam os cursos.
Nessa época o governo brasileiro assinou um convênio com o governo norte-americano para participar do programa "Aliança para o Progresso". O objetivo era promover a integração dos Estados Unidos com os países latino-americanos para o desenvolvimento econômico e social, incluindo doação de alimentos para as pessoas necessitadas, principalmente leite em pó, manteiga e queijo.
A distribuição oficial desses produtos, no Brasil, ficou a cargo da "Cáritas", uma organização religiosa internacional presente nos cinco continentes. No Brasil a Cáritas está ligada à CNBB – Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros. Tem representação em todos os estados e na nossa região o convênio e as entregas foram através da Cáritas Arquidiocesana de Botucatu.
O primeiro acordo foi firmado com a Irmandade Pia União de Santo Antônio, que apresentou o seu projeto assistencial, porém na renovação do convênio a Cáritas exigiu a constituição de uma ONG para a continuação do programa, que se estendeu por mais alguns anos.
Daí surgiu a Sociedade Amigos dos Pobres de Santo Antônio – SAPSA (hoje Associação Amigos de Santo Antônio), inicialmente com sede provisória em uma casa emprestada pela Família Bombonatti, situada na Av. Odon Pessoa de Albuquerque, no centro da cidade. A presidente eleita foi a Sra. Zilda Marchi Bombonatti que atuou por muitos anos neste cargo.
Em 1971, o pároco da Igreja Matriz São Paulo Apóstolo, Frei Ivo Theiss cedeu o salão do lado direito para execução das aulas. As doações continuaram: mais roupas, mais máquinas de costuras e atendimentos em dias de semana. E com a grande procura dos cursos, as aulas passaram a ser desenvolvidas no salão do lado esquerdo por ser mais amplo. Nos anos seguintes, com a ampliação de cursos, palestras e oficinas, a SAPSA mudou-se para a antiga Biblioteca Municipal (hoje Velório Municipal).O local também ficou pequeno.
Neste período, a diretoria da SAPSA conseguiu da Prefeitura Municipal a cessão de um terreno, e do Governo Estadual a verba para a construção de sua atual sede própria. Importante ressaltar que, a verba estadual demorou para ser repassada e quando chegou à entidade, o valor era insuficiente para a execução da obra que foi planejada. Com isso foi necessário que as voluntárias da época realizassem promoções para arrecadar fundos, completando o dinheiro que faltava. Então, no dia 23 de fevereiro de 1980, foi inaugurada festivamente a sede da SAPSA, onde funciona até hoje.
Ao longo desta história foram e estão sendo oferecidos: cursos, oficinas, a troca de experiências, a valorização do sentido de vida coletiva e o fortalecimento das relações familiares e comunitárias, que se dá pela convivência e integração de seus participantes.
Pela sua tradição, a SAPSA desde as suas raízes, é de origem cristã-católica fortemente inspirada na devoção a Santo Antônio, um consagrado religioso que ficou conhecido como o "santo protetor dos pobres" pelas suas virtudes, pela sua caridade, sabedoria, simplicidade e fé!
Pelos seus 60 anos de existência, a SAPSA tem credibilidade conquistada, sempre pautada e motivada pelo espírito de solidariedade, amparo e fraternidade de seus dirigentes, voluntários e colaboradores.