BRASÍLIA, 13 de janeiro — O último relatório divulgado pelo BTG Pactual, o maior banco de investimentos da América Latina, assinado pela economista Iana Ferrão, projeta que o dólar poderá encerrar 2025 cotado a R$ 6,25 em um cenário base com manutenção da situação atual, a R$ 5,20 caso o governo implemente medidas que sinalizem responsabilidade fiscal — uma atitude pouco comum em anos que antecedem eleições presidenciais — ou a R$ 7,10 em um "cenário adverso", caso continuem sendo adotadas políticas que "minem a credibilidade da política monetária" ou envolvam "intervenções no mercado cambial".
Ainda segundo o relatório, que também utilizou um modelo comparativo envolvendo moedas de outros países emergentes e exportadores de commodities, aproximadamente R$ 0,90 do valor atual do dólar está relacionado a questões internas do Brasil.
"Ações que contornem o Orçamento, intensifiquem mecanismos parafiscais, minem a credibilidade da política monetária ou envolvam intervenções no mercado cambial tendem a pressionar ainda mais o câmbio, podendo levá-lo a ultrapassar a barreira de 7,00 reais por dólar [â¦] Esse resultado reflete, sobretudo, o aumento das preocupações do mercado quanto à sustentabilidade da dívida pública no longo prazo e à condução da política econômica nos próximos trimestres [â¦] A implementação de medidas que sinalizem claramente o compromisso do governo com a sustentabilidade do arcabouço fiscal e a estabilização da trajetória da dívida pública teria o potencial de reduzir o prêmio de risco do Brasil, promovendo uma apreciação do câmbio" -Relatório do BTG
Em relação à balança comercial, o BTG projeta um superávit de US$ 87 milhões em 2025, impulsionado pelo aumento da produção agrícola, pela forte desaceleração da demanda doméstica, pela expansão da extração de petróleo e por um "efeito defasado" da desvalorização cambial superior a 25%. O relatório, contudo, alerta que o superávit pode não refletir um fluxo cambial positivo (saída de investidores), como ocorreu no Brasil no final de 2024.
"Em dezembro de 2024, por exemplo, observou-se o maior volume histórico de saída de dólares pelo segmento financeiro do País, o que mais do que compensou o ingresso recorde de recursos no fluxo comercial ao longo do ano. Como consequência dessa saída recorde em dezembro, o fluxo cambial líquido acumulado em 2024, que até novembro era positivo em quase US$ 10 bilhões, inverteu o sinal e encerrou o ano em US$ 18 bilhões negativos" -Relatório do BTG
(Matéria em atualização)
Fonte: O Apolo Brasil