Os bebês e a visão

Por Jornal Cidade de Agudos em 12/05/2023 às 16:58:42

Avisão é um dos sentidos mais importantes no crescimento físico e cognitivo da criança. O desenvolvimento motor e a capacidade de comunicação são prejudicados em crianças com deficiência visual porque os gestos e condutas sociais são aprendidos pelo feedback.

Uma das medidas adotadas para auxiliar nesse sentido é o teste do reflexo vermelho, também conhecido como teste do olhinho, feito ainda na maternidade. Com o auxílio de um oftalmoscópio, o médico checa a possibilidade de doenças oculares, indicado pela ausência ou assimetria do reflexo vermelho nos dois olhos.

O recém-nascido não enxerga com nitidez e não tem percepção de cores. A visão das crianças se desenvolve de forma acelerada logo nos primeiros seis meses de vida e avança progressivamente até a criança completar quatro anos. Mas, como a velocidade de crescimento varia, há crianças que conseguem enxergar o que um adulto enxerga muito antes dos quatro anos. Para comparação, vale mencionar que a visão de um adulto normal é de 20/20, enquanto a de recém-nascidos varia de 20/400 a 20/600.

A visão do bebê de início, eles vêem objetos que se encontram a uma pequena distância, mas sem nitidez total. Isso acontece porque as estruturas cerebrais e retinianas relacionadas à visão e movimentação dos olhos ainda não estão totalmente maduras. A nitidez melhora a partir de 6 meses. Quanto à visão de cores, o córtex (área responsável pela visão) e, as células receptoras chamadas cones, responsáveis pela absorção das cores ainda não estão completamente formado. No início, bebês enxergam apenas contrastes de cor. Com o maior desenvolvimento dessas células, a criança já consegue distinguir cores. Aos quatro meses, já tem a visão de cores de um adulto.

Diagnóstico precoce - A catarata, estrabismo, ambliopia, oclusões palpebrais e retinopatia podem surgir na infância. O diagnóstico precoce aumenta as chances de sucesso no tratamento e pode evitar transtornos visuais, inclusive cegueira. Os primeiros seis meses de vida são fundamentais para o desenvolvimento visual. Bebês prematuros devem receber atenção especial. A retinopatia da prematuridade ocorre nos primeiros dois meses de vida. Se não tratada de maneira rápida e eficaz, pode ocorrer um comprometimento visual de origem central. Desde a gravidez. O acompanhamento pré-natal é imprescindível, principalmente em mulheres que tiveram toxoplasmose ou rubéola durante a gravidez. A questão genética também deve ser levada em conta, pois mães com idade avançada têm mais chances de ter filhos com problemas genéticos, e conseqüentemente, problemas oculares.

Dr. Daniel Mattos

CRM 123601

Oftalmologista

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