Na primeira semana do mês de maio nós comemoramos a Semana Mundial da Asma, doença que cursa com falta de e causa prejuízo importante na qualidade de vida dos pacientes. Serve para lembrarmos que a asma tem tratamento e o paciente, utilizando as medicações de maneira correta, terá uma vida normal e sem dificuldades em seus afazeres habituais. Por incrível que pareça, a asma ainda é subdiagnosticada e diversos mitos corroboram para que os pacientes não façam o tratamento correto.
Atinge em torno de 300 milhões de pessoas no mundo e 20 milhões de pessoas no Brasil. Afeta adultos, crianças, jovens e idosos, caracterizando-se por tosse (maior à noite e pela manhã), cansaço, falta de ar, sensação de aperto no peito e chiado. Há crises leves e severas, com necessidade de internações.
Ela possui um forte componente genético. Crianças asmáticas costumam iniciar os sintomas antes do primeiro ano de vida e sempre estão associados com quadros de irritação nasal. Os principais desencadeantes, em nosso meio, são os ácaros que vivem na poeira doméstica.
Os ácaros são seres microscópicos e, portanto, são invisíveis. Vivem nos travesseiros e colchões, pois ali encontram seu alimento (restos de pele e cabelo humano). Reproduzem-se muito rápido e um colchão pode conter milhões deles. Basta entrarem em contato com nossas vias respiratórias (ou até mesmo com nossa pele) para desencadear uma crise de falta de ar.
A doença tem tratamento e o asmático pode (e deve) ter uma vida normal, sem limitações. Utilizamos tratamentos profiláticos (para evitar as crises) e de resgate (para ser utilizado nos casos de crises). Dessa maneira é possível controlar a doença e viver de maneira normal, porém devemos utilizar as medicações de forma correta.
Como sempre, o paciente deve ser tratado de maneira integral. A interligação da asma com as demais doenças alérgicas (rinite e dermatite) envolve o tratamento simultâneo de todas. Portanto, também é necessário o uso de medicações nasais e cutâneas.
Tão importante quanto o tratamento medicamentoso é o controle ambiental. Está mais do que demonstrado o malefício das fumaças (cigarro, carvão, queima de madeira) para o sistema respiratório. A higiene do local onde o paciente vive assim como a prática de exercícios físicos fazem parte do tratamento. Não é à toa que muitos dos nossos campeões olímpicos foram, ou ainda são asmáticos.
O tratamento da asma é acessível à grande maioria dos pacientes. Como em todas as doenças crônicas, existem medicações gratuitas e não gratuitas e, entre essas, há as acessíveis e pouco acessíveis (para a maioria da população). Existem medicações injetáveis, inalatórias e orais. Cabe ao médico avaliar e propor a terapia mais adequada para cada caso.
A qualidade de vida do asmático será semelhante à da população geral se as medicações forem utilizadas de forma correta. Ficará livre de crises, vai poder praticar atividades físicas e ter uma vida social sem limitações. O que não pode é abandonar o tratamento. Quem sabe teremos um novo campeão olímpico por aqui??
Dr Eli Roberto Garcia Filho
CRM-SP 104.828
Médico alergologista pediatra
RQE: 66080/660801