Estamos entrando no Mês Mundial de Prevenção da Alergia. Acho muito importante conversarmos sobre "anafilaxia". Mas o que isso significa?
"Anafilaxia", do grego "proteção diminuída", é uma reação alérgica grave que ocorre imediatamente após exposição a um agente que o indivíduo seja alérgico. Atinge crianças, adultos e idosos na mesma proporção e, se não for tratada imediatamente, pode causar a morte. Pensando nisso, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) começaram a conscientizar os profissionais da saúde e o público em geral para iniciar o tratamento das reações anafiláticas o mais rápido possível.
Alérgenos ambientais, alimentares, medicamentosos, ocupacionais e picadas de insetos são responsáveis pelos quadros de anafilaxia. Os sintomas envolvem a pele, com aparecimento de inchaços e coceira juntamente com diminuição da pressão arterial, desmaios, vômitos, diarréia e falta de ar. Os números nacionais são escassos e estão limitados a pequenos grupos populacionais, porém a prevalência está aumentando. Por causa disso a ASBAI está criando o Registro Nacional de Anafilaxia, preenchido sempre com a anuência do paciente, para notificação e mapeamento dos casos, chamando, assim, a atenção da indústria farmacêutica para que seja produzido o autoaplicador de adrenalina, hoje apenas adquirido através de importação, com preços não acessíveis para a maioria das pessoas.
A adrenalina é a principal droga a ser administrada durante uma reação anafilática. Deve ser utilizada imediatamente, antes até de ir ao pronto atendimento médico. O paciente sabidamente portador dessa doença deve sempre portar consigo a adrenalina autoinjetável e, após utilizá-la, deve procurar o serviço de emergência médica. Essa medicação livra-o do quadro de emergência, porém deve ir ao pronto-socorro para dar seguimento à terapêutica. É importante que carreguem um cartão de identificação onde consta o tipo de alergia e os contatos em caso reações alérgicas.
Existem diversas marcas de adrenalina autoinjetável no mercado internacional, com modificações mínimas no modo de usar. A injeção deve sempre ser realizada na face da frente e lateral da coxa, que é o local onde mais rapidamente a droga é absorvida. É importante que, assim que o paciente adquirir a medicação, procure seu médico para aprender a técnica correta de uso.
O Brasil é um dos poucos países do mundo a não fornecer esses dispositivos de medicação, que salva vidas. Devido a discussões entre órgãos governamentais e indústrias farmacêuticas, que aqui não cabem respeito, ficamos refém de importações, com preços absurdamente elevados tendo em vista a taxa de câmbio atual. A ASBAI, juntamente com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) têm feito todos os esforços possíveis para que a adrenalina autoinjetável seja viabilizada em nosso País. Por enquanto nos resta apenas importar a medicação e tê-la para ser utilizada em caso de emergências.
Fica o alerta e continuo à disposição para quaisquer dúvidas.
Dr Eli Roberto Garcia Filho
CRM-SP 104.828.
Alergologista pediatra,
RQE 66080/660801