Em ninho de beija-flor não dá morcego (Parte II)

Por Jornal Cidade de Agudos em 02/07/2022 às 16:13:07

Muitos pais se irritam com os filhos por serem agitados, apressados, por quererem tudo para aquele momento e acabam se descontrolando e aí surgem os conflitos, os castigos, xingos e até mesmo as agressões físicas. Como lidar com situações estressantes?

As crianças ainda não têm maturidade para controlar suas emoções. Você já deve ter visto essa cena, por exemplo: uma criança quer um objeto qualquer que está na mão de outra criança. O que ela faz? Simplesmente pega. Aí, quem estava com o objeto não quer entregar e começa o conflito. As emoções vêm à flor da pele e a raiva pode ser manifestada com tapas e gritos. Fato comum entre irmãos.

A Disciplina Positiva parte da crença por trás do comportamento da criança. Por que será que eles estão brigando? Essas crianças são verbais? Conseguiriam expressar com palavras seus desejos e necessidades? Aprenderam a fazer isso? Têm adultos perto delas dispostos a ajudar a compreender o que se passa com a criança? Elas podem e precisam aprender a lidar com frustrações. Nós, adultos, sabemos que na vida serão muitas frustrações, uma atrás da outra, e não vai "rolar" sair brigando com todo mundo… (Apesar de que conheço adultos que ainda fazem birra e alvoroço quando seus desejos não são atendidos).

Você precisa usar compreensão e empatia. Pode ser que esse conflito tenha surgido porque eles não sabem usar suas habilidades de comunicação (não possuem maturidade no vocabulário) ou porque estejam só querendo mesmo competir a atenção de algum adulto ou ainda porque estão tão irritados,enciumados, estressados, frustrados, cansados, com fome (ou tantas outras coisas) – que qualquer "gota d"água" faria o copo transbordar.

Ouça o que eles têm a dizer. Ofereça ajuda. Coloque todos no mesmo barco. Evite entrar no conflito. Se necessário você pode mediar, mas faça isso sem julgar ou tomar partido, apenas com o objetivo de ajudar a resolver a questão.

Foco em solução. Sugira que eles tirem um tempo para se acalmar (talvez em lugares diferentes) e que retornem depois de certo tempo para tentarem juntos buscar uma solução.

Confie no processo e na capacidade deles de aprenderem novas habilidades ao praticá-las. Considere não interferir e até sair de perto, se for seguro deixá-los sozinhos. Verbalize que você se importa com eles e que também confia na capacidade deles de se resolverem sem a sua interferência.

Faça um acompanhamento eficaz.

Ensine habilidades de comunicação respeitosas, estratégias para autorregulação e encoraje a cooperação às crianças.

Seu controle é imprescindível, pois as crianças se espelham em seus exemplos. Observe se suas palavras condizem com os seus comportamentos.

Rosana Taveira Napoleone

Psicóloga Cognitivo Comportamental

CRP: 06/103931

Consultório: Av. Rui Barbosa, 324 - Centro - Agudos/SP

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