Promoção à vida
O Setembro Amarelo começou nos EUA, quando o jovem Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio, em 1994.
Mike era um rapaz muito habilidoso e restaurou um automóvel Mustang 68, pintando-o de amarelo. Por conta disso, ficou conhecido como "Mustang Mike". Seus pais e amigos não perceberam que o jovem tinha sérios problemas psicológicos e não conseguiram evitar sua morte.
A família é fundamental na observação dos sinais apresentados por quem sofre e, não há determinada idade, qualquer pessoa independente da idade pode ser acometido por sofrimentos psíquicos, por razões diversas que outras pessoas podem pensar e pior, podem afirmar que tratar-se de "frescura, falta do que fazer, falta de Deus", ou até mesmo que é coisa de quem quer chamar a atenção. Preocupante, muito assustador saber que ainda há quem subestime essa dor que só quem sente sabe.
Como identificar todos os sinais
Tristeza excessiva, variações bruscas de humor, calma após um longo episódio de depressão, tentativa de reconciliação com quem está próximo, fixação pela ideia de fazer um testamento. Essas são algumas atitudes que podem revelar um comportamento suicida.
Se alguém que você ama estiver agindo dessa forma, você pode ter atenção e ajudar. O suicídio, afinal, é um problema grave, cujas motivações podem ser tratadas quando ainda está no âmbito da ideação. Hoje, a cada 40 segundos que se passam, uma pessoa dá fim à sua própria vida no planeta
Fatores de risco para suicídio
Embora não haja causas únicas que expliquem o suicídio, é válido mencionar aquelas que são mais recorrentes, como:
* estresse social;
* perda de emprego;
* dificuldades financeiras (não à toa, 75% dos países que registram suicídios são emergentes ou subdesenvolvidos);
* problemas de relacionamento;
* traumas, como abusos sexuais;
* depressão;
* esquizofrenia;
* abuso de álcool e outras drogas;
* baixa autoestima;
* sofrimento em relação à orientação sexual;
* dificuldade de enfrentar problemas;
* doenças e dores crônicas;
* acontecimentos destrutivos, como guerras e grandes conflitos.
Ajuda para comportamento suicida
Uma vez detectado o comportamento de risco e a tentativa de suicídio, é fundamental buscar aconselhamento e apoio médico. Assim, os profissionais voltam suas atenções ao tratamento cognitivo comportamental.
Nele, enfatizam na capacidade de enfrentamento de problemas, especialmente quando os indivíduos em questão são crianças e a adolescentes. Depois, trabalha-se na melhora da autoestima dos pacientes e na modificação de comportamentos que reflitam dificuldades de adaptação, bem como na solução de conflitos.
Se houver quaisquer transtornos mentais ou dependência química relacionada, é imprescindível que haja suporte de um centro de referência em psiquiatria para promover o tratamento multidisciplinar.
Ao fim, o comportamento suicida, por mais preocupante que seja, especialmente quando é perceptível em alguém que amamos, pode ajudar a contornar o problema e tratá-lo antes que leve, de fato, à morte. Com cuidado, diálogo e apoio médico, tudo pode se resolver, assegurando uma vida-longa, com bem-estar e tranquilidade.
Rosana Taveira Napoleone
Psicóloga Cognitivo Comportamental
CRP: 06/103931
Consultório: Av. Rui Barbosa, 324 - Centro - Agudos/SP