Cuidado com as armadilhas da Carência Afetiva

Por Jornal Cidade de Agudos em 28/01/2023 às 10:36:30

Você já deve ter notado como algumas pessoas acabam se tornando emocionalmente dependentes de outra, mas isso é uma condição que acaba trazendo mais malefícios do que benefícios.

Muitas pessoas têm enfrentado esse problema, que afeta homens e mulheres das mais variadas idades. Boa parte da população acredita não estar recebendo o amor necessário em sua vida.

Este é o sintoma característico de dependência emocional extrema, causado pela carência afetiva.

Você costuma sentir solidão mesmo quando há várias pessoas ao seu redor? Muitas vezes você se sente para baixo e desiludido?

Se sua resposta é sim para essas perguntas, você precisa saber mais sobre o que é carência afetiva.

O que é carência afetiva?

Todos têm carência afetiva em algum nível, mesmo aqueles que parecem mais frios também a possuem.

Mas quando essa carência entra em um nível muito alto, surgem as cobranças e o medo excessivo de ser rejeitado.

É o que chamamos de Dependência Emocional Afetiva. Esse sentimento acaba sendo um peso para ambas as partes dentro de um relacionamento, uma vez que nenhum dos dois consegue suprir as expectativas.

O perigo aqui é ficar vulnerável a pessoas oportunistas e relações problemáticas; porque esta pessoa está tão mergulhada na carência que quando chega uma pessoa sedutora ela não conseguirá perceber o perigo de estar entregue a alguém assim.

Como o problema se desenvolve?

A carência emocional afetiva pode ser desenvolvida logo nos primeiros anos de vida e durante a infância, sendo relacionada às relações mais primárias que uma criança tem com as pessoas, em especial com os seus familiares.

O que fazemos na vida é repetir as experiências que registramos desde a infância. A forma como recebemos os afetos ou não, será reproduzido no mundo em que vivemos.

Afetividade está em tudo: na comunicação, nas relações, no trabalho, etc. Isso porque todos nós precisamos nos completar com pessoas e situações externas.

O problema se dá quando se acredita que isso só será possível se o outro, e somente ele, pode me oferecer afeto, ou seja, eu deposito no outro esta responsabilidade de me completar.

Se me desenvolvo, entendo quais os recursos que tenho, percebo minhas habilidades e alimento-me de minhas experiências; isso aumenta minha autonomia e independência. Só assim consigo me relacionar de forma mais saudável. O outro não vem para me completar, e sim: complementar.

Muitas crianças acabam se sentindo abandonadas e até mesmo isoladas, e isso acaba sendo um evento bastante traumático. Todos esses fatores impactam de um jeito ou de outro na forma como a pessoa se relacionará com outras na vida adulta.

Mas esse não é o único motivo que pode levar uma pessoa a desenvolver a dependência emocional, ela pode surgir a partir de um episódio de atenção excessiva onde recebe muito amor e carinho, fazendo com que ela acredite que precisa de tudo isso para que possa realmente ser feliz, mas o que acontece é exatamente o contrário.

Ser dependente emocionalmente acaba gerando cobranças excessivas em relação a outras pessoas, em especial no relacionamento.

Aliás, a dependência não ocorre somente em relação aos sentimentos, mas também em relação a todas as outras atividades corriqueiras.

Essa carência costuma surgir ainda na infância, com as relações primárias. Quando a criança não recebe atenção suficiente, passa por episódios de rejeição e abandono, ou interpreta de forma traumática algum fato em sua vida, isso provavelmente vai influenciar suas relações na fase adulta.

Por outro lado, a pessoa pode desenvolver esta carência quando recebe cuidado excessivo, gerando a sensação de dependência nas atividades corriqueiras e até mesmo com relação ao amor, fazendo com que ela acredite que sua alegria sempre depende de alguém.

Como se livrar desse mal?

Uma vez que você conhece melhor os sintomas da carência afetiva, é importante começar a agir para se livrar do problema.

Primeiramente, você precisa buscar estar bem consigo mesmo. Ninguém deve condicionar a sua felicidade às outras pessoas. Quem faz parte da sua vida deve estar ali para acrescentar, e não para suprir suas carências.

Busque melhorar como pessoa, reconheça suas qualidades e as valorize, mas saiba que todos nós temos nossos defeitos, isso é comum.

Aprenda a lidar com suas limitações e não se diminua por esses motivos, mas ame-se do jeito que você é.

É importante também que você consiga manter um bom relacionamento com todos à sua volta, sabendo que existem várias expressões de amor.

Por isso, você não deve focar todas as suas atenções somente em uma relação. Comece a observar o quanto as pessoas gostam de você, mesmo que tenham formas diferentes de demonstrar seus sentimentos.

Como essa dependência amorosa surge pela necessidade de suprir a falta de amor próprio, o segredo para vencê-la está na capacidade de agradar a si mesmo.

Sendo assim, se esforce para isso, elogiando-se, reconhecendo-se como uma pessoa capaz e cheia de qualidades e sabendo valorizar as próprias conquistas.

Rosana Taveira Napoleone

Psicóloga Cognitivo Comportamental

CRP: 06/103931

Consultório: Av. Rui Barbosa, 324 - Centro - Agudos/SP

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