O governo de Donald Trump anunciou novas tarifas sobre o cobre e o aço, impactando diretamente as relações comerciais com o Brasil. A medida tem gerado debates e preocupações sobre seus efeitos na economia brasileira.
O secretário de Comércio dos EUA declarou que as tarifas sobre o aço e o alumínio, estabelecidas anteriormente em 25% por Trump, permanecerão em vigor até que a produção doméstica americana seja fortalecida.
Em resposta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil não deve retaliar de imediato, mas que o governo está estudando propostas do setor de aço para elaborar uma nota técnica sobre o tema. A decisão de Trump flexibilizou uma medida anterior que já havia estabelecido uma alíquota de importação de aço de 25%.
"Tal medida flexibilizou decisão anterior do presidente Donald Trump que havia estabelecido alíquota de importação de aço para 25%. Importante ressaltar que a negociação ocorrida em 2018 atendeu não só o interesse do Brasil em preservar acesso ao seu principal mercado externo de aço, mas também o interesse da indústria de aço norte-americana, demandante de placas brasileiras." diz a nota do Instituto Aço Brasil.
O Instituto Aço Brasil argumenta que a taxação impacta não apenas a indústria brasileira, mas também a economia dos EUA, que depende da importação do produto. Segundo o instituto, o Brasil supriu 60,7% da demanda de importação de placas de aço dos Estados Unidos em 2024, exportando 3,4 milhões de toneladas de um total de 5,6 milhões importadas pelos EUA.
"A taxação de 25% sobre os produtos de aço brasileiros não será benéfica para ambas as partes", avalia o instituto.
A entidade também aponta que o mercado brasileiro tem sofrido com o aumento de importações de países com concorrência predatória, como a China. O instituto nega que haja qualquer possibilidade de desvio para os Estados Unidos de produtos de aço originários de terceiros países.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que continua buscando diálogo para reverter a decisão, destacando que os EUA são o destino de 54% das exportações de ferro e aço brasileiros. A CNI considera a decisão prejudicial para ambos os países e acredita em alternativas consensuais para preservar o relacionamento comercial.
A medida de Trump, vista por muitos como mais um golpe ao já fragilizado governo de Lula, reacende o debate sobre a política protecionista americana e seus efeitos nas economias parceiras, como a brasileira. O governo brasileiro, conhecido por sua postura mais cautelosa, busca alternativas para mitigar os impactos negativos e evitar uma escalada de tensões comerciais.
*Reportagem produzida com auxílio de IA