Os dados indicam ainda que, em todo estado, de 22 de julho a 20 de setembro, foram notificados 1.256 casos de SRAG em crianças de 5 a 11 anos de idade, o que representa 85,4% a menos do que no mesmo período do ano passado. A redução expressiva se deve à base de comparação, tendo em vista que os números anteriores refletem a pandemia da covid-19. Segundo o governo paulista, 35% dos cerca de 550 leitos pediátricos de enfermaria voltados para covid-19 estão ocupados. Em relação aos leitos pediátricos de UTI, a ocupação é de 33% dos 250 existentes.
“Este ano seguiu mais ou menos o fluxo pré-pandemia, de volumes, mas a gente viu realmente uma fase de um adenovírus mais virulento, trazendo mais internações, mais quadros associados de broncoespasmos, conjuntivites, muitas vezes com quadros respiratórios e gastrointestinais, ou seja, com diarreia e vômito também”, explica Thiago Gara Caetano, coordenador da pediatria do Hospital São Luiz, da Rede D’Or. Ele destaca que em setembro os casos de adenovírus começaram a refluir e deram espaço para o Influenza.
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Os dados da Prefeitura de São Paulo também mostram a diminuição dos casos de SRAG por adenovírus. De janeiro a setembro, foram registrados 32.362 casos de SRAG, dos quais 417 foram causados por adenovírus, confirmados seja por testes rápidos antígenos (TRA) ou diagnóstico molecular (PCR). Nos últimos 3 meses, os testes positivos para SRAG por adenovírus foram de 65 em julho, 36 em agosto e 27 em setembro.
Prevenção
O governo estadual reforça a importância da vacinação e conscientização de pais e responsáveis sobre a importância da imunização de rotina e não apenas em momento epidêmico ou pandêmico. A Secretaria de Saúde lembra que até 31 de outubro está sendo realizada a Campanha de Multivacinação para atualização da caderneta de vacinação.
Thiago Gara lembra que é difícil falar em prevenção para quadros virais, mas destaca que o uso de máscara pode ajudar, e lavagem nasal e inalações com soro também. “Para quadro viral não tem jeito, é aquele tratamento da avó, né? Dormir bem, comer bem, descansar bastante, e isso aqui acaba funcionando um pouquinho”, disse.
O pediatra disse que a maior preocupação é realmente com a evolução para os quadros de internação. “Quando a gente vê muita secreção, geralmente vai acontecer uma otite, eventualmente crianças maiores com sinusite. Você tem esse quadro infeccioso viral, cai a imunidade e a criança fica suscetível a pegar outros quadros, às vezes algumas bactérias oportunistas fazem isso”.
Agência Brasil