"Acho que está obsoleto [o protocolo]. Porque tinha que ser aplicado na hora em que se chega de ônibus. É ali que começam os xingamentos e caem os argumentos de que Vinicius é provocador. Não são casos isolados, como já dissemos há muito tempo. Não são 46 mil, mas também não são um ou dois. Duas horas antes já estavam insultando" afirmou o técnico, referindo-se às ofensas a Vini Jr., antes do início da partida contra o Valência, no último domingo (21).
🎙️ @MrAncelotti 🎙️ pic.twitter.com/9asPID5q99— Real Madrid C.F. (@realmadrid) May 23, 2023
"A Espanha para mim não é um país racista, mas há racismo sobretudo nos estádios de futebol., onde tudo é permitido. Isto tem que parar", defendeu. "Quero ações! E nada foi feito ainda. Há países onde não te insultam, como a Inglaterra, por exemplo, onde resolveram isso há muito tempo: quando expulsaram a Inglaterra das competições europeias por cinco anos", comparou.
Vini Jr. não treinou hoje com a equipe, devido a um incômodo no joelho. Segundo Ancelotti, ele está "muito triste", mas também sabe que tem "apoio de todo o mundo, não só do Real Madrid".
"Ele tem apoio dos companheiros e dos adversários, é um apoio incondicional, por isso está tranquilo. "Ele é vítima do que está acontecendo. Às vezes eu vejo as pessoas colocando a culpa nele, dizendo que ele provoca... Não! Ele é a vítima", reiterou.
Só nesta temporada, o Real Madrid formalizou dez queixas sobre racismo contra o brasileiro – incluindo a de domingo (21) – à LaLiga, entidade privada que organiza o campeonato espanhol. Na segunda (23), o clube merengue acionou o Ministério Público da Espanha para que inicie investigações sobre crimes de ódio e discriminação contra Vini Jr. Apesar de tudo que atleta vem enfrentando, Ancelotti está confiante na permanência do brasileiro no elenco do Real.
"Eu não acho [que ele deixará a Espanha], porque ele ama o futebol e ama o Real Madrid. Seu amor pelo clube é muito grande e ele quer fazer sua carreira aqui", concluiu.
Agência Brasil