A necessidade de separar política do pessoal

Por Jornal Cidade de Agudos em 12/09/2024 às 11:40:43

Vivemos em tempos de polarização política crescente, onde discutimos sobre ideologias e projetos de governo muitas vezes transbordando para o âmbito pessoal. O que deveria ser um debate saudável e enriquecedor acaba se transformando em uma arena de ofensas e ataques pessoais. A questão que se impõe é: até que ponto isso é benéfico para a sociedade?

A política, por sua própria natureza, é um campo de debate de ideias, onde visões distintas sobre o futuro do país devem coexistir. Uma divergência não é tão natural, mas essencial para a democracia. No entanto, essa diferença de opiniões não deve ser confundida com inimização pessoal. Precisamos aprender a separar essas esferas, preservando o respeito mútuo, independentemente de nossas posições políticas.

O clima de ódio, que se espalha tanto nas redes sociais quanto nas conversas do dia a dia, não contribui em nada para a construção de soluções. Ao contrário, ele desvia o foco do debate, que deveria estar centrado em projetos e propostas que impactam a vida de todos. Em vez de discutir soluções para problemas reais, como saúde, educação, segurança e economia, perdemos tempo em brigas e provocações que só afastam as pessoas.

Precisamos urgentemente resgatar a civilidade no diálogo público. Desacordos fazem parte do jogo democrático, mas não podem se transformar em combustível para a discórdia social. Não devemos permitir que uma política destrua relações pessoais e familiares. No fim das contas, o que nos une como cidadãos é muito maior do que o que nos divide.

A chave não é respeito. Respeitar a opinião do outro, mesmo que ela seja diametralmente oposta à nossa, é um exercício de maturidade democrática. Não é preciso concordar, mas é essencial ouvir. Quando mantemos o debate no campo das ideias e dos projetos, criamos um ambiente onde todos possam contribuir para a construção de um país melhor.

Ó ódio não soma. Ele apenas separa e fragiliza. O que realmente transforma é a capacidade de dialogar, de entender e de buscar o consenso em meio às diferenças. Que podemos, como sociedade, caminhar nessa direção.

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