Recentemente tivemos notícias sobre surtos de meningite nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e nas vizinhas Marília e Araraquara. É uma doença que sempre esteve presente em nosso meio e, apesar dos tempos anormais que estamos vivenciando, não podemos nos esquecer dela, pois também é contagiosa e atinge o sistema nervoso. A imensa maioria, felizmente, não deixa sequelas, porém há os casos graves que necessitam de internação para tratamento.
Várias são as causas de meningite, sendo que a maior parte é viral. Por motivos desconhecidos (talvez por uma diminuição momentânea da nossa imunidade) esses vírus, sobretudo intestinais, invadem a corrente sanguínea e alojam-se no sistema nervoso central. A resolução é espontânea, sem deixar sequelas, e o tratamento é sintomático.
Entretanto, a maior preocupação recai sobre as bacterianas, principalmente as meningocócicas. Trata-se de doença grave, para crianças e adultos, com risco de morte se não for tratada, pois pode evoluir para infecção sistêmica. Seu tratamento deve ser em regime hospitalar, utilizando antibióticos injetáveis. Mas, apesar da gravidade, se tratada de maneira adequada, raramente causará sequelas no paciente.
O diagnóstico é confirmado através da análise do líquor, líquido que envolve o sistema nervoso central e circula entre as meninges. Esse exame vai mostrar a classificação da meningite além de orientar a terapêutica mais adequada.
Atualmente existem vacinas para prevenção dos casos graves de meningite. Na rede pública há imunizantes contra meningite meningocócica do tipo C (no momento fornecidas para crianças abaixo de um ano de idade) e ACWY (aplicadas nos escolares com 11 anos de idade) e, na rede particular, além dessas, também há a vacina contra a meningite do tipo B (tão grave quanto as acima). A grande vantagem das clínicas é poder tomar essas vacinas em qualquer faixa etária.
A prevenção delas, assim como das demais doenças contagiosas, é bastante simples: manter hábitos de vida saudáveis, com boa alimentação e atividade física, além dos cuidados de higiene pessoal e coletiva como lavar as mãos e usar o álcool gel (medidas que já estamos utilizando na pandemia).
Vacinação é investimento, tanto do ponto de vista de saúde pessoal quanto coletivo pois leva à economia de recursos. Um dólar investido em vacinas economiza cinco dólares no tratamento da mesma doença. Aproveitem, no momento de tomá-las, para repor as faltantes. E, sendo possível, vacinem-se também contra a meningite B.
Fica sempre o alerta e mantenho-me à disposição para ajudar no que for preciso.
Dr Eli Roberto Garcia Filho
CRM-SP 104.828
Médico alergologista pediatra
RQE: 66080/660801