Você que é pai e você que é mãe, é claro que desejam dar aos filhos boas condições de vida. Só que muitas vezes o excesso de amor e cuidado faz com que alguns limites sejam extrapolados e as crianças fiquem mimadas demais.
Saibam que mais do que lidar com a birra e as irritações que isso pode causar, é preciso entender que as consequências desse comportamento refletem no futuro de maneira significativa.
É preciso avaliar por qual motivo mimam os filhos. Muitas vezes se sentem culpados por não darem a devida atenção, seja pelo excesso de trabalho, seja pela falta de paciência. Ou porque tiveram uma educação muito rigorosa e não querem que os filhos passem por isso também
As razões podem ser inúmeras, mas o fato é que as consequências afetam todo o desenvolvimento da criança. Criança mimada tem potencial enorme para sofrer. Porque ela vai ter tudo o que quer dos pais, mas o mundo não vai dar tudo o que ela quer. É uma carga enorme de frustração e sofrimento
Outro ponto a ser destacado é que muitas desenvolvem uma autoestima falsa. É uma autoestima extremamente elevada porque elas acreditam que podem tudo e, ao acreditarem nisso, o tombo é maior. Outras crianças, por outro lado, desenvolvem autoestima rebaixada porque não precisam lutar por nada.
É senso comum que crianças excessivamente mimadas tendem a enfrentar grandes dificuldades desde a infância. Isso porque os mimos, o excesso de atenção e a exagerada presteza dos adultos impedem a criança de aprender e de cair e levantar por conta própria.
O excesso de mimos na infância tende a gerar adultos com maior predisposição a problemas de enfrentamento da realidade, menor capacidade de adaptação ao meio, menor tolerância no trato interpessoal, menores chances de realização profissional, pessoal etc. Ou seja, ainda que cheios de boas intenções, os pais podem desfavorecer o desenvolvimento dos filhos na ânsia de muito quererem ajudar. Aqui vale o velho ditado de que é melhor não dar o peixe, mas sim, ensinar a pescar.
E as coisas acontecem no detalhe: é na crença de que atrasar o horário da mamada produzirá sérios danos ao bebê, é na pena de retirar a chupeta, na impaciência de esperar a criança desembrulhar a bala sozinha, em não deixá-la derrubar um pouco de sopa na roupa, em comprar a briga do filho na escola, em querer decidir pela criança com quem é mais conveniente fazer amizade ou namorar, qual profissão seguir etc.
Atitudes superprotetoras são aquelas que impedem a criança de conhecer suas reais habilidades – e por que não dizer suas inabilidades também e que a desviam do processo de autoconhecimento, tão necessário para a conquista da autonomia. Muito pelo contrário, encaminham a criança para o mundo da dependência, que gera insegurança e, por conseguinte, baixa autoestima.
Para lidar com esse aspecto da educação dos filhos, a comunicação é a chave. Estabelecer limites é essencial. Assim como fazer acordos estipulando possíveis consequências em caso de descumprimento. Com muito diálogo, é importante saber ouvir o que a criança sente e precisa. Assim como estar atento às necessidades e ter clareza do que aceita e não aceita e transmitir isso para a criança.
A prática da Assertividade é fundamental.
Definir rotinas com disciplina não significa ser autoritário. Essa postura irá fazer com que você tenha vínculo, respeito e admiração dos seus filhos. Com isso, consequentemente, você também terá obediência, pois autoridade tem a ver com admiração e respeito, não somente com obediência e submissão.
A criança tem que saber o que você espera dela, o que ela pode e não pode fazer. Isso tem que ser dito claramente. Tem que ser coerente. Levar em consideração a idade, o que a criança já e capaz de fazer e o que ela não é capaz.
Rosana Taveira Napoleone
Psicóloga Cognitivo Comportamental
CRP: 06/103931
Consultório: Av. Rui Barbosa, 324 - Centro - Agudos/SP