Nos últimos dias formos surpreendidos com a notícia de que o agente da poliomielite estaria circulando no estado do Pará. Porém, para nosso alívio, o vírus em circulação era o "vacinal", ou seja, a cepa que está presente no imunizante contra essa doença.
Se existe algo que podemos ter orgulho é do Programa Nacional de Vacinação (PNV), referência em todo o mundo. O Brasil é o único país que conseguiu erradicar a poliomielite e deixar os casos de sarampo controlados. Além disso, ouve-se falar muito pouco sobre tétano e tuberculose grave. Isso só foi possível graças às campanhas em massa, que ocorrem todos os anos.
Para entendermos a importância desse tema, devemos comparar os números de casos dessas doenças nos últimos 40 anos. Até o ano de 1996, o sarampo era considerado endêmico, com mais de 120 mil casos notificados anualmente. Com as campanhas de vacinação em massa, após 10 anos, houve redução para pouco mais de 800 casos em um ano. O último relato de paralisia infantil ocorreu no ano de 1989, no estado da Paraíba. Também não podemos nos esquecer das ações da vigilância epidemiológica, que atua rapidamente assim que surge um caso suspeito dessas enfermidades.
As vacinas atuam no organismo fazendo-o produzir anticorpos protetores contra vírus e bactérias. Podem ser produzidas com vírus mortos ou vivos enfraquecidos, membranas bacterianas e, mais recentemente, com o material genético desses agentes. Além disso, também existem as vacinas antialérgicas, que possuem mecanismo de ação semelhante, ou seja, fabricação de anticorpos protetores contra os germes que causam alergias.
Há, também, vacinas que não estão no programa nacional de imunização, porém são recomendadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria. São as vacinas contra alguns tipos específicos de meningites, pneumonias e dengue. Recomenda-se tomar todas as vacinas, incluindo as que são oferecidas na rede privada de saúde. Lembrem-se de que vacina é investimento, pois a prevenção das doenças sempre é mais barata que o tratamento. Um dólar investido na vacina contra catapora economiza cinco dólares, que seriam gastos no seu tratamento.
Aproveitem esse mês e levem seus filhos nas salas de vacinação de qualquer unidade básica de saúde. A caderneta de saúde será checada e, se necessário for, as vacinas faltantes serão administradas. Prevenção sempre será o melhor caminho a seguir. Fica a dica novamente.
Dr Eli Roberto Garcia Filho
CRM-SP 104.828
Médico alergologista pediatra
RQE: 66080/660801