Essa síndrome se caracteriza pela presença de sentimentos e comportamentos extremos, que podem se alterar de uma hora para outra.
Muitas de suas características se confundem com o transtorno bipolar, o que pode dificultar ainda mais o seu devido tratamento (que já é bastante desafiador).
Ter clareza sobre as particularidades da condição é fundamental para reconhecê-la e combatê-la da maneira correta, já que seus riscos vão desde a autossabotagem até o suicídio.
A seguir, entenda melhor as características do borderline, seus principais tipos, diferenças para a bipolaridade, sintomas, causas, tratamentos e muito mais.
Assim, a pessoa com borderline pode ir de uma imensa euforia a um sentimento intenso de raiva, depressão ou ansiedade.
Já a duração dos episódios pode variar de horas a dias, e é justamente essa inconstância que dificulta o correto diagnóstico.
Por falar na detecção do transtorno de borderline, ela é de suma importância, uma vez que ele favorece atitudes autodestrutivas.
Em decorrência da agressividade e imprevisibilidade apresentadas pelos pacientes, os tratamentos podem ser extremamente desafiadores – mas são imprescindíveis.
Principais características do transtorno de borderline
Por mais que o borderline tenha sintomas variáveis, algumas características são comuns entre os indivíduos com a síndrome, como:
* Sentimento de insegurança em relação a si e aos outros;
* Sensação de vazio e muita solidão;
* Mudanças severas de humor, que podem perdurar por horas ou dias;
* Flutuação entre depressão, ansiedade e raiva;
* Irritabilidade, que pode gerar comportamentos agressivos;
* Impulsividade, que pode ser associada ao vício em jogos ou drogas, padrões alimentares exagerados, desrespeito às leis, gasto descontrolado de dinheiro etc;
* Pensamentos e possíveis ameaças suicidas;
* Medo excessivo ou irreal de abandono por familiares, parceiros ou amigos;
* Tendência ao distanciamento e relações instáveis;
* Problemas para aceitar críticas;
* Comportamentos irracionais em casos de grande estresse;
* Dependência de outras pessoas para ter estabilidade;
* Receio que as emoções saiam do controle.
Em geral, o distúrbio de borderline é mais comum em indivíduos que cresceram em lares ou ambientes emocionalmente negativos e de afetividade conturbada.
Além de todas as características que citei no item anterior, outros sintomas comportamentais podem apontar a presença da síndrome.
Os principais deles envolvem o excesso de irritabilidade, ansiedade, mal-estar e mudanças de humor, associados à raiva intensa e sem sentido e aos relacionamentos afetivos problemáticos e instáveis.
Também é comum que a personalidade dos pacientes seja "8 ou 80", em que tudo é muito intenso, impulsivo e excessivamente bom ou mau.
Por conta disso, a compulsão por gastos, drogas, sexo, comida e vícios é comum, assim como crises de identidade, autoestima e valores pessoais.
O estresse excessivo ainda pode gerar casos de dissociação e crises temporárias de paranoia, a depender do paciente e do quão grave é a sua situação.
Normalmente, esses sinais começam a aparecer na adolescência ou no começo da vida adulta, sendo que tendem a se estabilizar pela faixa de idade dos 40 anos.
Inclusive, é muito difícil diagnosticar o borderline na adolescência, já que essa é uma fase conturbada na vida das pessoas.
Quando a doença de borderline se torna muito grave, os pensamentos negativos e o excesso de mal-estar sentido pelo paciente podem levá-lo a atitudes extremas.
A síndrome de borderline tecnicamente não tem cura, mas o devido tratamento pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes e lhes ajudar a manter relações saudáveis.
Outro ponto importante é que as manifestações tendem a ser menores com o passar dos anos.
Contudo, as crises de borderline podem ser muito severas, e é preciso que o indivíduo acometido e as pessoas ao redor dele saibam como agir nessas situações.
Quando a pessoa já está em tratamento, o uso dos remédios para borderline receitados pelo psiquiatra é fundamental em situações de crise.
Além disso, o terapeuta responsável pode fornecer atendimento extra, sendo um direito do paciente ter o contato do profissional para solicitar orientações em casos de urgência.
Por sua vez, quando não há tratamento já estabelecido, situações críticas exigem que a pessoa seja levada a um ambulatório psiquiátrico ou pronto-socorro.
Caso exista risco de vida, pode ser solicitada uma internação. Em todos os casos, cabe às pessoas manter a calma para lidar com o caso e prestar a assistência correta.
Quando existir qualquer suspeita, e você ou alguém próximo note os sintomas que mencionei ao longo do artigo, é indispensável buscar por um diagnóstico especializado.
Nenhum tipo de exame de rotina, seja de imagem ou sangue, tem como saber se o borderline acomete uma pessoa.
Contudo, uma consulta médica junto a um especialista em saúde mental pode determinar o caso, por meio da análise clínica e do histórico do paciente.
Ao psiquiatra ou psicólogo, cabe diferenciar o borderline de outros transtornos mentais, problemas de identidade ou mesmo efeitos de drogas.
Inclusive, como a adolescência é uma fase marcada por conflitos, recomenda-se que os pacientes só tenham o diagnóstico confirmado após um ano de sintomas contínuos.
Rosana Taveira Napoleone
Psicóloga Cognitivo Comportamental
CRP: 06/103931
Consultório: Av. Rui Barbosa, 324 - Centro - Agudos/SP