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Conheça as condições mentais que mais afetam os idosos.

Por Jornal Cidade de Agudos em 07/03/2024 às 10:20:09

As condições mentais que mais afetam a terceira idade são a depressão, transtornos de ansiedade (pânico e transtorno de ansiedade generalizada), bipolaridade, esquizofrenia e demência – sendo que o principal tipo é a Doença de Alzheimer, seguida pela Demência Vascular.

O termo transtorno mental descreve a capacidade cognitivo-emocional, ou seja, a forma como a pessoa identifica emoções e sentimentos. Isso afeta o bem-estar psicológico, influenciando também o modo de pensar e de agir.

No caso dos idosos, a diminuição dessa competência vem associada a frustrações pela incapacidade de realizar atividades que antes eram feitas facilmente, luto pela perda de entes queridos, acúmulo de experiências traumáticas, estilo de vida, além de questões biológicas e genéticas.

Porém, muitos desses transtornos mentais em idosos podem ser evitados, diagnosticados e até revertidos, mas para isso é necessário, em primeiro lugar, reconhecê-los.

Principais transtornos mentais em idosos"

1. Demência

A demência envolve complicações de linguagem, perda de memória, dificuldades de pensamento e redução da capacidade de resolver problemas, mesmo os mais simples. No início essas mudanças são bem sutis, mas progridem com o passar do tempo, chegando ao ponto de impedir que o idoso cuide de si.

O tipo mais comum e temido de demência no idoso é a doença de Alzheimer, que muitas vezes é confundida com os sinais comuns do processo de envelhecimento, e por isso, pode permanecer sem diagnóstico durante muito tempo. Existem também as demências vasculares, ou seja, qualquer tipo de demência causada por uma doença vascular encefálica, que lesiona o cérebro por causa do bloqueio das passagens sanguíneas. As mais conhecidas são o derrame cerebral e o infarto.

2. Esquizofrenia

A esquizofrenia é descrita como uma desordem dos processos mentais que impende o portador da doença de distinguir o que é imaginário do que é real. As causas dessa doença ainda não são conhecidas e os sintomas variam de uma pessoa para outra, por isso, seu tratamento é feito com foco na eliminação de suas consequências, o que inclui o uso de medicamentos antipsicóticos e o acompanhamento psicossocial.

O comportamento do portador da esquizofrenia é completamente alterado por alucinações, delírios, desorganização do pensamento e desligamento total da realidade, causados por uma combinação de diversos fatores, incluindo os genéticos e os biológicos, como o envelhecimento.

3. Síndrome do pânico

A síndrome do pânico pode levar o idoso a acreditar que está com um problema mais sério, ou até mesmo morrendo. Isso porque ela inclui sintomas como batimentos cardíacos acelerados, sensação de sufocamento, tremores, suor excessivo e até dores no peito.

As causas da síndrome do pânico em idosos estão associadas a algumas ocorrências, como perda de pessoas muito próximas, como marido ou esposa, saúde debilitada ou diagnóstico de doenças graves. A síndrome também pode aparecer devido à depressão. Além disso, a combinação de alguns medicamentos, para outros males, pode desencadear desiquilíbrios nos batimentos cardíacos e no metabolismo do idoso e, assim, provocar um ataque de pânico.

Embora não seja o mais grave dos transtornos mentais em idosos, seus sintomas são muito angustiantes e agravados pela solidão e expectativa de morte próxima. Por isso, o apoio familiar nessa fase da vida é muito importante para evitar esse e outros problemas.

4. Transtorno de ansiedade

O transtorno de ansiedade reúne sintomas como excesso de preocupações e expectativas persistentes, inquietação, fadiga, falta de concentração, tensão muscular, dificuldades para dormir, entre outras adversidades.

É um problema que pode ser tratado e completamente revertido, não só com medicamentos e acompanhamento psicológico, mas principalmente com mudanças de hábitos. Por exemplo, com a inclusão de uma alimentação saudável e de algumas práticas, como a meditação e os exercícios físicos leves — claro que, respeitando as condições do idoso —, pode haver uma melhora nesse quadro.

5. Bipolaridade

A bipolaridade é caracterizada pelas mudanças de humor que atingem picos de euforia absoluta, também conhecidos como mania, ou de depressão profunda. Por outro lado, também existem períodos da mais completa normalidade. No idoso, ela pode ser confundida com a demência ou com outras consequências do processo natural de envelhecimento, o que dificulta o diagnóstico e o tratamento do transtorno.

Porém, quando corretamente identificada, a bipolaridade pode ser mantida sob controle com medicamentos e acompanhamento psicológico, e ao contrário da demência, permite ao idoso uma vida normal.

6. Depressão

A depressão causa o desinteresse total pela vida, uma sensação de tristeza e frustração constante, bem como uma completa falta de motivação até para as tarefas mais simples, como comer e cuidar da higiene pessoal. Ela também pode levar a pensamentos suicidas.

No idoso, ela normalmente ocorre associada a questões como a dificuldade na realização de tarefas, que antes, eram prazerosas. Ou ainda, devido a transições na rotina de vida causadas, por exemplo, pela aposentadoria ou pela perda de algum familiar muito próximo, que trazem com elas a sensação de vazio e, até mesmo, de inutilidade.

Assim como a ansiedade e o pânico, a depressão também tem tratamento e pode ser completamente controlada com a ajuda de medicamentos apropriados, acompanhamento psicológico e melhorias na rotina do idoso, como a inclusão de atividades prazerosas, o convívio social, os exercícios, o apoio familiar.

Cabe ressaltar que a depressão pode ser a porta de entrada para outros problemas, bem como um agravante para outras doenças comuns no processo de envelhecimento, já que tira do idoso a vontade de viver e de reagir às adversidades causadas pela sua condição.

Como você pôde ver, existem vários tipos possíveis de transtornos mentais em idosos. Muitos deles podem ser pré-existentes à fase de envelhecimento, mas agravados por ela, contudo, são perfeitamente tratáveis. Por outro lado, alguns são irreversíveis, mas ainda assim, devem ser acompanhados e mantidos sob controle para que reduzam o mínimo possível, garantindo melhoria na qualidade de vida do idoso.

Rosana Taveira

Psicóloga Cognitivo Comportamental

CRP: 06/103931

(14) 99178-7009

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