Questões mal resolvidas e mágoas acumuladas entre parentes, mesmo envolvendo aqueles que já partiram há tempos, podem gerar dor, sofrimento e ruídos nos relacionamentos que atravessam gerações. Para romper esse ciclo penoso, muitos defendem que a técnica da Constelação Familiar Sistêmica pode ser um recurso benéfico, rápido e eficiente. No entanto, é importante lembrar que a prática não tem comprovação científica e não é reconhecida nem pelo CFP (Conselho Federal de Psicologia), nem pelo CFM (Conselho Federal de Medicina).
O que é a constelação familiar?
A constelação familiar é uma prática considerada terapêutica que busca resolver conflitos familiares que atravessam gerações. Num primeiro olhar, a técnica tem conteúdos parecidos aos do psicodrama, por conta da dramatização de situações, e da psicoterapia breve, pela ação rápida. Mas, embora parecidas, elas não são a mesma coisa e a prática não é reconhecida pelo CFP (Conselho Federal de Psicologia).
A dinâmica pode ser feita em grupo ou individualmente. Durante a sessão são recriadas cenas que envolvam os sentimentos e sensações que o constelado sente sobre sua família. Nas sessões em grupo, são os voluntários e participantes que vivem essas cenas. Já nas sessões individuais podem ser usados esculturas de bonecos ou quaisquer outros recursos disponíveis - setas, pedras, adesivos, âncoras de solo para representar os diferentes papéis do sistema. Trata-se de uma técnica subjetiva e empírica (ou seja, sem comprovação científica) e, por essa razão, muitos especialistas consideram equivocado chamá-la de terapia. Ela foi criada pelo teólogo, filósofo e pesquisador alemão Bert Hell.
Muitos profissionais acreditam que a terapia convencional, inclusive a familiar, é mais cuidadosa por lidar com questões emocionais num tempo e numa amplitude maiores. O pós-sessão e os novos insights advindos de uma sessão são intensos, importantes e devem ser trabalhados com todo o cuidado. Por esse motivo, mesmo que o CFP não proíba nem contraindique a Constelação Familiar, o ideal é que ela funcione como prática complementar à psicoterapia inclusive, o próprio SUS (Sistema Único de Saúde) já a autorizou com essa finalidade.
Rosana Taveira
CRP: 06/103931
Psicóloga brasileira em Portugal
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