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Cotação

Mesmo com o Banco Central injetando US$ 12,7 bilhões no mercado em menos de uma semana, Dólar bate novo recorde histórico e fecha valendo R$ 6,26

Ministro da Fazenda Fernando Haddad | Imagem por Paulo Pinto/Agência BrasilBRASÍLIA,


Ministro da Fazenda Fernando Haddad | Imagem por Paulo Pinto/Agência Brasil

BRASÍLIA, 18 de dezembro — Em meio à elevada desconfiança no mercado sobre a situação fiscal do Brasil e à decisão do Federal Reserve (FED, o banco central dos Estados Unidos) de reduzir os juros americanos em 0,25 ponto percentual (p.p.), a cotação do dólar no Brasil alcançou seu recorde nominal histórico, encerrando o pregão em R$ 6,2679, com alta de 2,78%. Esse é o maior valor nominal registrado desde o início do Plano Real, em 1994.

Para tentar conter o avanço da cotação do dólar frente ao real, o Banco Central (BC) vendeu, apenas desde a última quinta-feira (12), US$ 12,7 bilhões, na maior injeção de recursos no câmbio desde a pandemia (leilões realizados nos dias 12 e 17).

No fechamento do pregão de hoje, o Dólar turismo era negociado em casas de câmbio por valores acima de R$ 6,50. Enquanto isso, o Euro registrou uma alta de 1,73%, encerrando o dia cotado a R$ 6,5044 e sendo vendido em casas de câmbio (Euro turismo) acima de R$ 6,78.


Os investidores, que já demonstravam desconforto em manter recursos no Brasil por conta da situação fiscal do país, intensificaram suas preocupações após o recente anúncio – sem detalhes – do governo sobre um corte de gastos de R$ 70 bilhões em dois anos, que veio acompanhado, fora do tempo (não aconteceria antes de 2026), da proposta de isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil (custo anual estimado em R$ 45,8 bilhões). Agora, o temor é de que o projeto de corte de gastos seja ainda mais desidratado no Congresso ou sequer seja finalizado neste ano (em teoria, deverá ser votado ainda nesta semana).

Ainda não há perspectiva de melhora no cenário, mesmo com a possível aprovação do projeto que foi desde o início chamado pelo mercado de "populista" e "sem efeito".

Em entrevista a jornalistas na tarde de hoje, Haddad disse que o câmbio apresenta flutuações em um momento com incertezas e que a pasta seguirá acompanhando o tema, mas disse acreditar que os movimentos vão se "acomodar".

"Nós temos um câmbio flutuante e, neste momento em que as coisas estão pendentes, tem um clima de incerteza que faz o câmbio flutuar. Mas eu acredito que ele vai se acomodar." -Fernando Haddad

Enquanto essa matéria era escrita, após o fechamento do pregão, o valor nominal da moeda americana chegou ao patamar de R$ 6,30 (alta de 3,19%).

Imagem por Google

(Matéria em atualização)

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