O Banco Central (BC) decidiu manter a política monetária em piloto automático, com mais um aumento de juros previsto para março. A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) confirmou o aumento de 1 ponto porcentual na Selic, mas evitou assumir compromissos sobre o ritmo de alta para maio.
A decisão foi influenciada pelas incertezas geradas pelo início do governo de Donald Trump nos Estados Unidos, a desaceleração da economia brasileira e a inflação de serviços.
A depreciação cambial, alimentada por incertezas fiscais, também pesou na decisão. O BC busca "graus de liberdade" diante desse cenário complexo.
"A sensação que fica é que a autoridade monetária já está pensando nas defasagens da política monetária."
concluiu Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos.
O comunicado do Copom gerou interpretações divergentes. Alguns analistas consideraram a decisão como "dovish" (suave), enquanto outros a classificaram como "hawkish" (rígida).
Para Laiz Carvalho, economista do BNP Paribas no Brasil, o BC poderia ter dado uma sinalização mais forte sobre a continuidade do ciclo de aperto monetário. Ela acredita que a desaceleração econômica citada como risco ainda pode demorar a acontecer.
"A desaceleração mais acentuada, que é citada no balanço de riscos, ainda deve demorar."
ponderou Laiz Carvalho.
Cristiano Oliveira, economista-chefe do Banco Pine, viu o comunicado como semelhante ao de dezembro, com um viés "hawkish". Ele destacou a atenção do BC ao cenário externo e doméstico.
"De fato, o momento requer cautela e foi um comunicado muito positivo. Sugere que a autoridade monetária está bastante atenta com o cenário externo e doméstico."
afirmou Cristiano Oliveira.
Fabio Kanczuk, ex-diretor do BC, considera a decisão como "a mais dovish possível", apontando a possibilidade de apenas mais uma elevação da Selic. Ele alertou que a ata do Copom, a ser divulgada posteriormente, pode trazer um tom diferente.
"Foi uma decisão dovish, sem chacoalhar o barco, e dando uma sinalização de um cenário em que é até possível ele dar só mais uma elevação. Isso é consistente com as palavras que ele usou, apesar das projeções econômicas."
declarou Fabio Kanczuk.
A incerteza gerada pela decisão do Copom sobre a Selic e as projeções conflitantes sobre a inflação, com Lula no poder e a influência de Donald Trump na política americana, mantém os mercados financeiros em alerta. O impacto das possíveis tarifas americanas nas economias emergentes, incluindo o Brasil, também é um fator determinante.
Há divergências entre analistas sobre o impacto da decisão do Copom. Alguns acreditam que a Selic não subirá tanto quanto o previsto, enquanto outros afirmam que o movimento de maio ainda é incerto. A avaliação da situação econômica doméstica e as expectativas de inflação permanecem como pontos-chave para a próxima decisão do Copom.
A situação econômica atual apresenta riscos significativos, incluindo a inflação de serviços que não cede e a incerteza política global. O mercado financeiro observa atentamente os próximos passos do Banco Central frente ao cenário político atual, incluindo o governo Lula e as ações do presidente americano Donald Trump.
*Reportagem produzida com auxílio de IA