O bebê começa a se comunicar com os pais desde os primeiros dias de vida. Embora não fale, ele chora, dispara olhares, emite gritinhos, sorri .........
Por volta de 01 ano de idade, as tão esperadas primeiras palavras surgem.
É a partir das primeiras palavras que o desenvolvimento da linguagem ganha amplitude. Mais palavras vão surgindo, suas combinações ficam mais frequentes e novos sons continuam aparecendo até que, por volta dos 02 anos, as pequenas frases são verbalizadas.
Mas e quando isto não ocorre?
Será que realmente com o tempo a fala irá surgir? Será que ao frequentar a escola, vai resolver?
Para uma boa parte das crianças, sim. Porém variações ocorrem naturalmente, é preciso estar atendo, porque não atingir os marcos esperados do desenvolvimento da linguagem pode indicar algum problema.
Dentre as possíveis causas para o atraso do desenvolvimento da linguagem, estão a perda de audição, falta de estímulos adequados (para crianças que ficam muito tempo em equipamentos eletrônicos). Também está associado a limitação cognitiva, autismo, apraxia ou ainda distúrbio específico da linguagem (DEL), ou seja, é necessário que o fonoaudiólogo realize uma avaliação minuciosa.
Quando uma criança não fala ou a fala é pouco desenvolvida é importante investigar a analisar muitos aspectos. É importante analisar o desenvolvimento global, a capacidade de aprender, de imitar, de brincar, de interagir, de se socializar, etc.
E a intervenção precoce é essencial para que a criança tenha ganhos.
Dicas da Fono:
1. É muito importante conversar bastante com a criança desde o nascimento, por isso, aproveite os momentos como a hora do banho, de vestir, das refeições, brincadeiras e passeios para estimulá-la, dizendo o nome e as funções ou qualidades dos brinquedos, objetos, partes do corpo, alimentos.
2. Ao conversar com a criança, busque ficar mesma altura e olhe para ela.
3. Com crianças menores, utilize palavras simples e frases curtas.
4. Pronuncie corretamente as palavras, usando boa articulação e entonação. Evite falar de forma infantilizada, utilizando diminutivos.
5. Dê a criança oportunidade para falar. Não atenda prontamente quando ela tentar se comunicar por meio de gestos, mesmo que você saiba o que ela deseja. Você pode perguntar a criança, por exemplo, se ela quer água e aguarde até que ele responda.
6. Reforce de forma positiva qualquer tentativa de fala da criança, mesmo que a palavra seja produzida de forma incorreta.
7. Quando a palavra for produzida de forma incorreta, devolva a criança de maneira correta, como por exemplo, a criança pede "neca" você pode responder "Você quer a boneca?".
8. Não fale o tempo todo com a criança, deixe espaço na conversa para que ela tenha oportunidade de responder à sua maneira.
9. Conte histórias, cante músicas, leia livros, explore os objetos e sons do ambiente. A criança aprende e desenvolve as habilidades de fala e linguagem a partir dos estímulos e modelos que recebe desde o nascimento.
10. Procure o fonoaudiólogo quando tiver dúvidas quanto ao desenvolvimento de linguagem e fala da criança. Não se deixe levar pela crença de que a criança amadurecerá, e com o tempo irá a aprender a se comunicar melhor. Muitas crianças podem precisar de ajuda nesse processo e quanto antes iniciar o processo de terapia direcionada ao desenvolvimento de linguagem, melhor e mais rápidos serão os resultados evitando assim que essa dificuldade possa atrapalhar a aquisição de leitura e escrita, por exemplo.
AO APRESENTAR SINTOMAS, PROCURE AJUDA PROFISSIONAL.
Fernanda Freitas Monteiro
Fonoaudióloga
CRFa 2-11.539