A perda da voz pode ser emocional?. Sim! Em situações de resfriado ou uso exagerado do volume da voz é esperado o aparecimento da rouquidão. Contudo, existem situações que a perda da voz pode ter relação direta com o estresse e a depressão, medo, insegurança e baixa autoestima.
Você já deve ter se deparado com a ausência total ou parcial da voz, não é mesmo? A questão é que, antes disso acontecer, o nosso aparelho fonador dá alguns sinais de que algo não vai bem. A rouquidão é o sinal mais aparente quando se trata de problemas na voz. No entanto, o que muitas pessoas não sabem é que as suas causas nem sempre são físicas. Há casos em que a perda de voz é emocional.
O estresse e a voz: Conheça as relações.
Nosso corpo é uma junção dos fatores biológicos, psicológicos e ambientais. Essa ideia permite perceber as alterações do organismo, de maneira não puramente física, mas com uma grande interferência emocional.
Dessa forma, a exposição prolongada a situações de estresse, ansiedade e até mesmo a depressão, têm importante influência quando se trata das alterações vocais. Isso se dá ao fato de que é comum que problemas psicológicos possam se tornar sintomas físicos e, o estresse no trabalho tem relação direta com as alterações na voz.
Como saber identificar os sintomas e as causas? Qual é o tratamento adequado? Existe alguma medida a ser tomada para a recuperação? Veja a seguir algumas sugestões.
Sintomas
Já citamos os principais sintomas da disfonia, mas, existem outros que podem sinalizar o início de algum distúrbio na voz. Cansaço ao falar, tosse, pigarro, ressecamento da garganta, falta de ar podem, também, indicar a diminuição da capacidade vocal.
Nesse sentido, é importante prestar atenção nas modificações apresentadas pelo organismo. Assim, sempre que notar algum indício ou sintoma característico procure ajuda de um especialista e adote meios de cuidar da sua saúde vocal.
Causas
Antes de procurar o tratamento, é preciso avaliar quais as possíveis causas da perda da voz. Por isso, é necessário, avaliar se são físicas (uma má formação, por exemplo), se têm causas orgânicas ou se estão relacionadas aos aspectos emocionais.
No caso da última hipótese ser confirmada, é preciso avaliar o fator emocional associado. Dentre eles podem estar:
* O excesso de trabalho — como é o caso de gestores de empresas com carga horária pesada;
* Um trauma recente — o afastamento ou a perda de alguém próximo;
* Dificuldade em lidar com situações novas — como assumir um cargo novo.
Tudo isso são situações potenciais para alterações na voz devido a fatores emocionais.
Tratamento
Após avaliar os sintomas e as causas, é preciso procurar os meios adequados para o tratamento. Afinal, alinhar o tratamento às causas é muito importante. Assim, em alguns casos será necessário o acompanhamento de uma equipe de profissionais de fonoaudiologia e psicologia. Vale ressaltar que o trabalho multiprofissional possibilitará cuidados integrais à saúde da voz.
Todavia, há alguns hábitos que, além melhorarem a qualidade de vida, são ferramentas recomendáveis para auxiliar no cuidado e recuperação da voz. Fique por dentro de algumas delas:
Mantenha a garganta hidratada
Tenha sempre um copo ou garrafa d"água consigo. Durante a fala tome pequenos goles e vá hidratando o organismo.
Fale pausadamente
Tenha cuidado para as pausas necessárias durante a fala, sempre observando a forma como respira. As pausas são momentos em que você dá repouso para a voz, permitindo, assim, uma constância no que está sendo dito.
Cuide da respiração
Inspire e expire durante as pausas e utilize a boca e o nariz para respirar. Existem algumas técnicas de respiração que podem ser adotadas, como o treinamento do diafragma e a leitura em voz alta.
Avalie sua rotina
Se organize e separe momentos para repousar. O excesso de trabalho e as obrigações da vida, muitas vezes, acabam sufocando nosso corpo. Lembre-se que você pode ser um exemplo de sucesso para seus colegas de trabalho, no entanto, precisa estar com a saúde mental em dia para que isso aconteça.
Expresse suas emoções
Não guarde seus sentimentos, emoções e pensamentos. Alguém que é impedido ou proibido de se expressar de maneira livre, sem poder dizer o que sente, pode entender — ainda que inconscientemente —, que está sendo reprimido a ponto de perder a capacidade de falar. Por isso, procure sempre de maneira educada, revelar as suas ideias.
Invista em autoconhecimento
Reserve um tempo para cuidar de si e refletir sobre a sua vida. Perder a voz pode ser um fator, dentre tantos, relacionados à baixa autoestima e o sofrimento psicológico. Por isso, aprenda a reconhecer suas limitações e trabalhe com elas dentro da sua realidade.
Agora você sabe que nem sempre são biológicos os fatores associados à perda de voz. Emocional, fisiológico, biológico e social compõem, também, esse bem tão precioso, que é a capacidade de falar. Por isso, ao primeiro sinal de alteração no seu aparelho vocal, esteja atento às prováveis causas.
Rosana Taveira Napoleone
Psicóloga Cognitivo Comportamental
CRP: 06/103931
Consultório: Av. Rui Barbosa, 324 - Centro - Agudos/SP