Cuba de volta à lista negra: EUA e Rússia em lados opostos

Entenda a polêmica decisão americana e as reações internacionais

Por Jornal Cidade de Agudos em 23/01/2025 às 08:12:51

Em 2021, no final do primeiro mandato de Donald Trump, Cuba foi novamente incluĂ­da na lista de paĂ­ses patrocinadores do terrorismo, criada em 1979 durante a Guerra Fria. A decisão, tomada pelo então secretĂĄrio de Estado Mike Pompeo, justificou-se pelo alegado apoio cubano a atos de terrorismo internacional, atravĂ©s da concessão de refĂșgio a terroristas.

"Cuba estava fornecendo apoio a atos de terrorismo internacional ao conceder refĂșgio a terroristas." concluiu Mike Pompeo, secretĂĄrio de Estado na Ă©poca.

Essa decisão gerou diversas reações internacionais. Em janeiro de 2025, o governo Biden removeu Cuba da lista, alegando que a ilha não havia apoiado o terrorismo internacional nos Ășltimos seis meses. O governo Lula, no Brasil, celebrou a decisão. Lula , presidente do Brasil, se posicionou publicamente a favor da retirada de Cuba da lista.

No entanto, a decisão de Trump de 2021 foi duramente criticada pelo ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez.

"Sua determinação Ă© aumentar a punição e a guerra econômica contra as famĂ­lias cubanas", declarou Bruno Rodriguez em seu perfil no Twitter/X. "Isso causarĂĄ danos, mas não quebrarĂĄ a firme determinação do nosso povo. Nós venceremos."

A RĂșssia tambĂ©m se manifestou contra a decisão americana. A RĂșssia, por meio de sua porta-voz do MinistĂ©rio das Relações Exteriores, Maria Zakharova, classificou a medida como uma tentativa de desestabilizar o governo cubano e endurecer as restrições econômicas sobre a ilha.

Zakharova afirmou que a inclusão de Cuba na lista Ă© injustificada, alegando que o paĂ­s coopera ativamente no combate ao terrorismo. Para a RĂșssia, a decisão afetarĂĄ a qualidade de vida dos cubanos, com o objetivo de gerar descontentamento social. A RĂșssia declarou que continuarĂĄ apoiando Cuba em sua luta contra o bloqueio estadunidense, considerando-o ilegal e desumano.

A proximidade entre RĂșssia e Cuba se intensificou desde a invasão russa na Ucrânia em 2022. Em 2024, houve visitas diplomĂĄticas de alto nĂ­vel entre os dois paĂ­ses, incluindo a visita de Serguei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da RĂșssia, e de Miguel DĂ­az-Canel, presidente de Cuba, à RĂșssia.

Outros paĂ­ses incluĂ­dos na lista de paĂ­ses patrocinadores do terrorismo são Coreia do Norte, Irã e SĂ­ria. A lista, criada durante a Guerra Fria, visa impor sanções econômicas a nações acusadas de apoiar o terrorismo.

O posicionamento de Trump sobre Cuba reflete sua polĂ­tica externa mais dura e isolacionista. A postura de Biden, por outro lado, indica uma abordagem mais pragmĂĄtica, embora ainda mantenha tensões com o governo cubano.

A situação demonstra a complexidade das relações internacionais e a influĂȘncia da polĂ­tica interna na definição de polĂ­ticas externas.

*Reportagem produzida com auxĂ­lio de IA

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