Há pouco mais de quatro meses afastei-me do notebook por motivo de saúde, porém acompanhei, durante parte desse período, as notícias mais importantes do cenário mundial e nacional. No Brasil, as eleições assumiram caráter preponderante e a polarização instalou-se radicalmente de maneira a obnubilar mentes que deveriam cumprir uma missão ética. Esquecendo-se de que tinham obrigação de orientar os cidadãos, caíram na esparrela de deixar-se dominar pelo canto da sereia.
Em virtude dessa confusão de atribuições, o que estamos vendo é uma ótica adulterada no que diz respeito às atribuições de tarefas e aplicação de sanções. Deixem-me explicar que escrevo esta matéria há três dias antes das eleições, portanto, ainda não sei quem foi eleito presidente da nação. Mas, o que sei já é bastante para vislumbrar nosso futuro que, infelizmente, não me parece auspicioso.
O que sei? Sei que estamos vivendo uma ditadura anunciada e prometida com tendência a ser mais dura e intolerante — aliás, como todas as ditaduras — caso, alguns desses tiranetes elejam-se, ou sejam ajudados a eleger-se para os cargos a que estão concorrendo. A mídia está sendo vigiada, neste período que antecede as eleições, e censurada pelo TSE, com arbítrio e tendenciosidade, o que leva a crer que passaremos por dias difíceis, caso vença a banda que tenha caído nas suas graças. E a população toda sabe bem qual é.
Os telespectadores acostumados a ver a Jovem Pan na tevê ou a ligar a Rádio Jovem Pan, estão sentindo a mão pesada do TSE, tirando do ar figuras exponenciais de nosso jornalismo, como o respeitado comentarista Augusto Nunes. Na esteira dele estão outros e outras, que por punição ou fidelidade ao companheiro e mestre, houve por bem retirarem-se de suas atribuições, até quando o "castigo" continuar em vigor. A emissora Jovem Pan foi proibida — isso mesmo, proibida — de usar as expressões ex-presidiário, corrupto e ladrão para o candidato Lula como se ele não fizesse jus ao significado desses vocábulos. Acaso Lula não é ex-presidiário, não deixou o país em estado pré-falimentar, não enviou cifras astronômicas para Cuba e Venezuela? Não vou ficar chovendo no molhado, repetindo à exaustão o que todo o país está careca de saber! Cáspite! Como explicar essas medidas autoritárias, ditatoriais do TSE? O próprio Lula alegou que cometeu um ""erro"" ao não regulamentar a mídia quando foi presidente. Não lhe faltará a caneta na mão, caso seja eleito, para pôr em prática seus desejos. Todos conhecem o vezo desse indivíduo que já foi presidente. Na época de seu mandato, queria porque queria, simplesmente expulsar um jornalista estrangeiro Larry Rohter que publicou que ele bebia. Caro custou para ser dissuadido pelos companheiros que não podia fazer isso. Está lá documentado no livro Deu no New York Times, p.186: " quando alguém objetou que expulsar era inconstitucional porque minha mulher era brasileira Lula replicou batendo na mesa e berrando, exaltado: "Que se foda a Constituição! Quero que ele vá embora!""(Grifos nossos) Precisa desenhar, caro leitor?
Estamos á beira de um precipício. Se a banda dada ao esquerdismo subir ao poder, bastará um assopro para lançar os opositores ao calabouço. A técnica é sempre a mesma. Eles chegam devagarinho, como quem não quer nada, só fazer o opositor feliz, e enganando-o com um pedaço de carne ou uma cervejinha, para em seguida, assenhorear-se de tudo que lhe pertence, até roubar-lhe a Liberdade!
Agora, permitam-me perguntar: que fazem os brasileiros que se calam diante dessa invasão ilegítima? Que faz a OAB, entidade dos advogados, que continua calada, sem tomar uma posição? Por que não defendem a Liberdade, direito de cada um e de todos? Estão todos acomodados, silentes, cegos e mudos... As urnas responderão as minhas inquietações, logo mais. Quanto a mim, não vou viver por muito tempo para ver essa possível barbárie, mas preocupo-me com os meus descendentes e com os destinos desse país. Que o Cristo, amarrado numa cruz entre dois ladrões, olhe por este país que já não pode nem mesmo acreditar na generalidade de seus padres ou pastores. Nesta aflição, verdadeira antecâmera da tortura, ajoelho-me e rezo um Pai Nosso...
Dra. Maria da Glória De Rosa
Pedagoga, Jornalista, Advogada