SÍNDROME DO PAVÃO

Por Jornal Cidade de Agudos em 23/05/2024 às 14:38:53

Há governantes tão preocupados com a autopromoção que se esquecem de que foram eleitos para governar. Nosso Presidente, por exemplo, está colecionando erros, mas não deixa um só minuto de endeusar-se.

Agora mesmo, em meio a calamidade que afetou o RS, continua legislando mais para os seus do que em benefício do povo gaúcho. Subestimando o pedido das vítimas, teima em não aplicar medidas que poderiam salvar milhões de pessoas. Seguinte: o governador do RS, Eduardo Leite, e representantes do setor produtivo como a Federação das Indústrias (Fiergs) fizeram a Lula um apelo para que ele sancionasse uma lei capaz de salvar empregos e empresas do RS afetados pelas enchentes. Lula precisa apenas autorizar por meio de um decreto a diminuição da jornada e salário, além da suspensão temporária de contratos de trabalho. Esta mesma medida já havia preservado mais de 11 milhões de postos de trabalho, durante a pandemia.

Acontece que a legislação que concede permissão para esse decreto presidencial — que só funcionaria em cenários de emergência causados por desastres — originou de uma medida provisória do governo Bolsonaro. Tudo indica que essa teimosia em não aplicar a lei resida no fato dela ter sido elaborada pelo seu antecessor. Ora, não deixa de ser uma indignidade priorizar picuinhas políticas em detrimento de milhões de pessoas em estado desesperador.

Todos os gaúchos ainda esperam por alguma coisa a ser feita urgentemente. De acordo com especialistas, dentro de alguns dias o desemprego será devastador, e, de acordo com entidades que representam o setor produtivo, a perda de equipamentos das empresas será irreversível se não forem socorridas imediatamente. Analisem o tamanho da encrenca... Caso algumas medidas não sejam tomadas, 2,5 a 3 milhões de trabalhadores do RS serão afetados.

Lula e Marinho, entretanto, negam-se a assinar um ato que salvaria milhões de empregos de gaúchos, em razão de "princípios sindicais" superados. Segundo informações da Revista Oeste, na época da pandemia, a pelegada do movimento sindical, controlada pelo PT, sem consultar os trabalhadores, não apoiou a posição de Bolsonaro. Os petistas jamais reconheceram o seu erro e ainda agora Lula insiste em ratificar a mesquinha posição, com consequências danosas desta vez para a classe social dos trabalhadores do RS. Em nome da politicagem grosseira e desumana, não arredam pé. Fira a quem ferir, prejudique a quem prejudicar, mais vale lustrar uma sigla política, que salvar milhões de pessoas.

Infelizmente, esse governo, em nome de uma sigla sectária, à medida que se exalta na mídia, continua colecionando erros. Lula, tirando proveito da catástrofe riograndense, enquanto se pavoneia, vai plantando deslizes. Lá mesmo no sul, em um daqueles momentos em que não deixa escapar um microfone lhe passa à vista, afirmou não saber da existência de tantos negros no RS. Essa gafe, mais que uma fala destemperada, provocou a ira de quem se sentiu invisível a um governo que ignora para quem está governando.

Ainda no RS, em mais um momento inoportuno, o Presidente, como se estivesse em palanque, praticamente lançou a candidatura de Pimenta para governador e a de Maria do Rosário para prefeita de Porto Alegre. Que hora mais infeliz para fazer política! Essa atitude desgostou grande parte da população riograndense. Sei disso porque recebi mensagens de amigos gaúchos que não conseguiram aceitar essa marquetagem fora de hora. As derrapadas não param por aí. Ocorrem também fora do cenário das enchentes. Em Brasília, ele demitiu de forma desastrada Jean Paul Prates da Petrobrás, causando uma perda, em apenas dois dias, de mais de 44 bilhões em valor de mercado.

Em relação às declarações sobre a guerra na Ucrânia, responsabilizou "os dois envolvidos", num abrandamento á postura do governo invasor. Ele nunca desdenhou a oportunidade de exaltar a Rússia. Essa preferência oportunizou a mídia para "agraciá-lo" com um apelido: "Tchutchuca de Xi Jinginp", pelos diversos acordos fechados entre o Brasil e o governo chinês, liderado por Xi Jinping, (Secretário-Geral do Partido comunista Chinês) (PCCh), principal aliado da Rússia na guerra.

Lula teve muitas oportunidades para demonstrar altruísmo e generosidade, amor a todas as pessoas, independente de partido político e de cor, mas nunca conseguiu esconder seu partidarismo e sua vaidade pessoal. Seu ego e sua ideologia, nesta ordem, sempre foram sua bandeira. Só nos resta aguardar com resignação os dias que ainda virão por aí. Que Jesus nos abençoe!

Dra. Maria da Glória De Rosa
Pedagoga, Jornalista, Advogada
Profª. assistente doutora aposentada da UNESP
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