Aproveitando a oportunidade, apresentamos ao leitor um livro importante de autoria de Joe Sapienza, VOCÊ É O PLACEBO, Citadel Grupo Editorial. Neste artigo, tomaremos por base uma esplêndida narrativa sobre o mundo extraída desse livro, que, por certo, também há de interessar aos leitores.
Feche os olhos e visualize um bando de pássaros voando todos juntos na mesma direção, como uma só consciência, como uma única mente. Você poderá pensar que todos os pássaros estão seguindo um líder que lhes mostra o caminho. Parece um fenômeno de cima para baixo, de centenas de pássaros voando sincronizados, fazendo a mesma coisa e ao mesmo tempo.
Na verdade, esse fenômeno ocorre de baixo para cima e o grupo não tem um líder único porque todos lideram. Todos os pássaros fazem parte de uma consciência coletiva, com uma mente única com grande poder que lhes é conferido pela quantidade numérica. Quantidade também é poder.
Ao compararmos esse bando de pássaros com seres humanos, nada nos proíbe de pensar em uma nova consciência despertando, e dando-nos a conhecer a verdadeira unidade, com milhares de seres humanos adotando nova consciência baseada nas leis universais do amor.
Fomos, no entanto, programados para a crença subconsciente de que, se liderarmos com paixão excessiva e mudarmos o mundo, com certeza seremos assassinados. A história mostra como os grandes líderes que alteraram o curso dos fatos "se deram" mal no fim. Martin Luther King, Mahatma Gandhi, John Lennon, Joana D`Arc, Jesus de Nazaré parecem submetidos ao estigma de que todos os líderes visionários devem dar a vida pela verdade.
Imaginemos cada um de nós comprometido a demonstrar todo dia seu melhor eu e a superar os estados mentais egoístas causados pelos hormônios do estresse. Se cada um estiver se aprimorando como ser humano mais inteiro, construiremos uma força capaz de transformar o mundo. Poderemos, sim, aniquilar essa mentalidade baseada no medo, na ganância, na hostilidade, na frivolidade, no embuste, se um número suficiente de pessoas estiver se aprimorando, se renovando, se tornando melhor e mais autêntico. Com o passar do tempo, o velho será completamente engolido pelo novo.
Uma preocupação de Joe Sapienza, relatada nas notas que nos serviram de base, é a de estarmos vivendo num mundo que está misturando a pesquisa científica com interesses particulares e com o lucro. Estariam nos dizendo a verdade, como as coisas realmente são? É de perguntar, e de pensar com muita seriedade, se as grandes multinacionais não estariam nos manipulando para consumir o que produzem. Muitas vezes, enfeitados com sedutoras promessas que, além de não serem nunca cumpridas, o fruto de sua produção ainda poderia, em alguns casos mais específicos, acarretar até mesmo sérios comprometimentos orgânicos. Mentalizemos algumas indústrias alimentícias ou farmacêuticas, que vinculam o consumo de seus produtos a verdadeiros êxtases ou resultados exacerbados, escondendo efeitos colaterais prejudiciais ao organismo.
Agora voltemos à imagem do início desta narrativa, quando comparamos esse bando de pássaros com seres humanos vivendo como um só, como um bando de pássaros ou como um cardume. Todos adotando uma só ideia conectada a possibilidades ilimitadas, com pensamentos que permitam fazer escolhas inspiradas e a demonstrar comportamentos mais altruístas. Na verdade, seria como esse grupo sem líder dos pássaros, em que todo mundo lidera. Todos fazendo a mesma coisa ao mesmo tempo, como se todo mundo estivesse conectado. Um organismo criado a partir de indivíduos como se fosse um. As pessoas viveriam menos como matéria e mais como energia, desfrutando emoções mais amplas, humanitárias e sinceras.
Se pudéssemos fazer isso, um mundo diferente surgiria e viveríamos um novo credo baseado no coração aberto. Afinal sonhar ainda não foi proibido! Quem sabe um dia... ao acordarmos, o bando de pássaros e os cardumes não serão só um agrupado de sardinhas ou um bando de gaivotas.