Vamos fazer um teste? Você gosta de ler? Que tipo de leitura prefere? Fica só num tipo de leitura, por exemplo, romances ou biografias, ou se dedica às mais variadas publicações: esotéricas, históricas, filosóficas, geográficas, ficcionais, políticas... A maioria das pessoas que tem o hábito de ler, fixa-se num só tipo de leitura. Deveríamos todos nos interessar por leituras variadas, que nos desvendassem o possível desse universo tão pouco conhecido.
Aprecio qualquer tipo de leitura. Quando começo a ler um livro, mesmo que não o esteja apreciando, vou até o final para ter uma ideia completa sobre a obra e o autor. Peço licença aqui para relatar uma experiência ao leitor. Como gosto de esoterismo, literatura difícil muitas vezes de entender, leio sobre projeções conscientes que permitem, muitas vezes, substituir a crença pelo conhecimento. Acreditar ou não nos relatos é secundário, importante é aceitar a possibilidade dos eventos extra físicos porque o ideal é a pessoa interessada ter a própria experiência.
É preciso saber escolher o autor a ser lido, para não cair nas mãos de charlatão ou escritores desclassificados. Se estiver interessado, procure alguém que conheça bem o assunto e peça orientações: que autor devo procurar, por que obra devo começar a leitura etc. Se você me perguntasse, eu diria para ler de Waldo Vieira, "Projeções da Consciência".
Esse autor (1932-2015), graduado em Odontologia e Medicina escreveu mais de 25 livros sobre Conscienciologia, incluindo tratados e léxicos. Para contribuir na formação dessas pessoas interessadas nas viagens fora do corpo humano, ele escreveu esse livro prático e descritivo, de mais objetividade e menos literatura, composto de relatos técnicos com mais de 60 projeções conscientes, selecionadas entre os que ocorreram durante noites não consecutivas, no segundo semestre de 1979. Foi dada ênfase àquelas experiências que se revestiram de maiores elementos de provas ou esclarecimentos da multidimensionalidade. As experiências fora do corpo são fatos, independentemente da maneira como cada qual as explique a si próprio. A projeção consciente permite à criatura substituir a crença pelo conhecimento. Desprender-se da forma orgânica, nós fazemos isso no sono natural. Na recordação das ocorrências com nitidez reside o problema, contudo superável. O intercâmbio extra físico através da projeção consciente está cada vez mais frequente e dia virá em que a consciência na Terra alcançará o que hoje consiste mais num anseio de levar todos os amigos para ver alguma coisa da vida fora do corpo. Assuntos mais avançados estarão fora deste livro.
Waldo mostra como se prepara para a experiência fora do corpo físico. Procura escurecer o quarto de dormir, permitindo manter pontos visuais de referência, deitar e sair do leito sem perder o sentido de direção. Essas projeções são noturnas em razão dos horários de trabalho do autor. O desejo de projetar-se fora do corpo, e numa posição confortável, fez com que ele afastasse todas as outras ideias da consciência, ele só desejava sair e flutuar sobre o corpo. Ao sair flutuando pelo espaço, embora sem asas, uma consciência com aspecto feminino, com intenções sexuais, apresentou-lhe propostas mentais, exibindo o corpo extra físico desnudo. Ele fez um afastamento cordial, mas algo forçou-o a retornar ao corpo e a fazer nova decolagem.
Teve a sensação de sair pela janela. Apareceu a consciência de A. A noite estava clara. A transfigurou-se em um rapaz um pouco moreno, diferente dele que é louro e está no início do primeiro ano da escola. No íntimo do autor nasceu a intuição do aparecimento consciente de um velho
deformado com enorme tumor, que emitiu mentalmente: "-Quer ver como tenho força?"" Arremeteu-se á frente e o autor amparou-o ao modo de um abraço.
Enquanto isso, duas consciexes (a consciência quando livre definitivamente do corpo) deslizaram pela rua. Eram mulheres de idade avançada, irmãs, parecidas. Por essa intuição natural fora do soma (corpo humano; arcabouço de ossos, músculos e órgão de homem ou mulher) sabia serem todos os três alemães, já falecidos e conhecidos de A. O local deve ter sido no espaço extra físico sobre a Europa. Apareceu outra consciex, mas veio o chamamento para a volta dele ao soma, numa interiorização imposta.
Procurei resumidamente dar uma ideia de uma experiência fora do corpo. Poderia dar outros exemplos, mas meu espaço acabou. Nada me impede de voltar ao assunto com mais detalhes. Mas, por hoje é só.
Dra. Maria da Glória De Rosa
Pedagoga, Jornalista, Advogada
Profª. assistente doutora aposentada da UNESP