Supondo que você esteja querendo mudar, ter uma mente aberta, o que é preciso saber? Para tanto você precisa pensar fora da caixa, fazer o cérebro disparar de novas maneiras.
Quando você usa seu cérebro ele cresce e muda a capacidade de se adaptar e mudar quando aprende novas informações. Por exemplo, quanto mais os matemáticos estudam matemática, mais neurônios brotam na área do cérebro usada para a matemática. Depois de anos se apresentando em sinfônicas e orquestras, músicos profissionais expandem a parte do cérebro associada a habilidades musicais e de linguagem. Podemos usar os termos poda e brotamento, para significar exatamente o que parece: livrar-se de algumas conexões e adquirir novas. Se seu cérebro estiver em bom funcionamento, você não vai demorar para conseguir esse feito. Pesquisadores demonstraram isso com ratos de laboratório. Descobriram que ratos que viviam em ambientes enriquecidos, compartilhando uma gaiola com outros ratos e tendo acesso a muitos brinquedos, tinham cérebro maior que ratos em ambientes menos enriquecidos. Repetindo: quando aprendemos coisas novas e temos novas experiências, mudamos nosso cérebro.
A parte mais difícil da mudança é não fazer as mesmas escolhas que fizemos no dia anterior. Isso é muito difícil porque, no exato momento em que não pensamos mais os mesmos pensamentos que levam às mesmas escolhas, ou seja, que nos levam a agir da mesma maneira automática e habitual para que possamos experimentar os mesmos eventos a fim de reafirmar as mesmas emoções de nossa identidade, nos sentimos desconfortáveis. O novo estado de ser não familiar, e desconhecido não parece "normal". Não nos sentimos mais como nós mesmos porque não somos mais os mesmos. Tudo nos parece incerto, uma vez que não podemos prever mais o sentimento do eu familiar e como ele se reflete em nossa vida.
Por mais desconfortável e desagradável que possa parecer no início da nova jornada, é nesse momento que sabemos que entramos no rio da mudança, nesse terreno totalmente desconhecido. No instante em que não somos mais a velha personalidade, com os mesmos costumes, é aí que entramos no rio do desconhecido.
Naquele exato tempo em que passamos a não ser mais o velho eu, precisamos atravessar uma lacuna entre o antigo e o novo. Em outras palavras, não saltitamos para uma nova personalidade em questão de instantes. Leva tempo. Quando as pessoas entram no rio da mudança, o vazio entre o antigo e o novo eu costuma ser tão desconfortável que elas voltam ao antigo eu no mesmo instante.
O velho eu tem de morrer para o novo renascer. Esse processo é claramente desconfortável, mas o desconhecido é o lugar perfeito para criar, o local onde as possibilidades existem. A maioria de nós foi criada para fugir do vazio, então agora teremos de aprender a nos sentir à vontade no ignorado, no desconhecido, em vez de temê-lo.
E se você achar que não gosta de estar no vazio por que não consegue ver o que vem pela frente, digamos que isso é ótimo porque a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo, a partir da noite escura e desconhecida.
Joe Dispenza, em quem nos baseamos para escrever este artigo, costuma dizer: quando raia um novo dia após a longa noite escura e a fênix se ergue regenerada de suas cinzas, nós inventamos um novo eu. E a expressão física e biológica do novo eu torna-se outra pessoa. Essa é a verdadeira metamorfose.