Hoje acordei com um roteiro de viagem na cabeça. Lembrei-me de uma viagem que fiz ao leste europeu e me deu saudade de Budapest. Mas, por que Budapest? Sinceramente, não sei. Budapest ficou-me nas lembranças como uma linda cidade acolhedora, simpática, agradável. Tive dois dias inteiros para vivenciar a linda Budapest.
Situada às margens do Danúbio, que divide a cidade em duas partes — a oeste, os morros de Buda, nada a ver com o filósofo, e a leste a planície de Pest —, a capital húngara é simplesmente linda. A cidade tem mais ou menos uns dois milhões de habitantes e o clima é ótimo. Comida excelente! Se você for a Budapest não vai estranhar nem o clima muito menos a comida. Bebe-se bom vinho, toma-se ótima cerveja. Como me hospedei no Hotel Sofitel, não tive do que reclamar no quesito hospedagem e serviço buffet.
No café da manhã, a fartura é sensacional. Dei boas risadas juntamente com duas gaúchas simpáticas, que conhecemos no hotel. Imagine o leitor que, em pleno desjejum, nós vimos um grandalhão gorducho meter a mão dentro de um vidro enorme de enfeite, que servia de função decorativa e continha enormes pimentões amarelos. Eram vidros, como já disse, meramente decorativos, mas o gorducho guloso se apossou dos pimentões para saciar sua gula. Nem precisava, uma vez que os balcões de comida estavam apinhados de saborosas guloseimas. Mas, nessas viagens, sempre pontuam figuras grotescas que dão a nota dissonante e eu não podia deixar passar esse incidente cômico.
Como o clima em Budapest está quase sempre propício para passeios, o turista pode apreciar prédios bonitos, e a iluminação do centro histórico com seus monumentos tombados pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade. A Europa é isso mesmo, um ambiente onde se respira história e encantamento. Em Budapest o turista tem muito a apreciar: a histórica Colina do Castelo, o Monte Gellert, a Igreja de São Matias...
Uma boa sugestão é conhecer a elegante rua comercial de Vaci Utca e visitar a tradicional casa de banho, como a luxuosa Termas Gellert, ou ainda visitar Santo Andrés, charmosa vila barroca onde artesãos vendem o melhor do artesanato húngaro. Os românticos podem aproveitar a noite para um passeio de barco pelas águas do "Duna", como o Danúbio é chamado pelos húngaros. Em Pest, pode-se ver o Parlamento Nacional e a Praça dos Heróis, com esculturas que retratam a diversas fases da história do país, pioneiro na abertura socioeconômica do Leste Europeu.
Como em geral o europeu não é lá muito gentil com turistas, eu não tive queixa do povo húngaro. Budapest é movimentada, o povo é hospitaleiro e gentil. No café da manhã vimos hóspedes comerem destemperadamente com um apetite que parece atávico, uma voracidade que parece fruto de várias gerações. Mas, como me baseei em hóspedes do serviço buffet do hotel, eles podem ter vindo de outros locais da Europa, não da própria Budapest.
Só uma palavrinha sobre a culinária. Pratos deliciosos, doces magníficos. Muito frango grelhado, queijos e saladas variadas, cerveja e vinho a escolher. O povo faz esforço para entender e fazer-se comunicativo.
Coloque Budapest em seu roteiro de viagem. Não irá se arrepender. Veja-se naquilo que faz, nos passeios que realiza, nas comidas que saboreia. Eu me vejo aqui, naquilo que escrevo, nos textos que preparo para você. Sem dinheiro não vivo, mas só com dinheiro também não vivo. Arrisque-se. Há pessoas que para não ter que arrumar malas ficam adiando a partida. "Conheço muitos que não puderam quando deviam porque não quiseram quando podiam."
Dra. Maria da Glória De Rosa
Pedagoga, Jornalista, Advogada
Profª. assistente doutora aposentada da UNESP