COISAS QUE PODERIAM SER MENOS ENGRAÇADAS

Por Jornal Cidade de Agudos em 25/07/2024 às 14:04:38

Há coisas muito engraçadas nesta vida. Provocam risos à primeira vista, mas se fôssemos pensar com mais vagar, acabaríamos admitindo que não são tão engraçadas assim. São mais reflexos de momentos que ocultam disfarçadamente fraquezas ou até mesmo crises existenciais.

A política está repleta desses exemplos. São passagens engraçadas que não deixam de provocar risos, mas sabemos quanto representam em perda de prestígio ou de reconhecimento.

Vamos, então, a alguns desses acontecimentos que estão pululando por aí e que não deixam de ter certa inventividade. Não poderíamos deixar de citar a figura do ministro Hadad que se tornou alvo principal de uma enxurrada de memes e de piadas que, falemos com franqueza, não deixam de ser engraçadas.

Infelizmente para ele, caiu numa malha de anedotas, que vêm provocando riso em seus oponentes políticos. Tornou-se vítima daquela rede de comicidade difícil de distender-se. Isso é uma fase, um comportamento factual que não dura para sempre, mas que, enquanto dura, não dá fôlego à vítima.

Hadad vem tendo seu nome ligado às mil e uma taxas, tributos, cobranças a que ele, desesperadamente, não está conseguindo desvencilhar-se, para melhorar o desempenho de um governo que, dia a dia, gasta mais que arrecada. As redes sociais, os adversários políticos, o público não perdem a oportunidade para grudar o nome do ministro a qualquer piada sobre taxação de imposto ou aumento seja dos combustíveis, dos alimentos ou de qualquer outro produto. E como esse aumento de tributos cada vez cobre um espectro mais amplo da vida do brasileiro, não tem faltado ocasião nem hora para mais uma piada sair do forno. Já que a engenhosidade desse governo não sossega e nem encontra outro meio mais adequado para sair da enrascada senão subir os impostos, deduz-se meridianamente que o campo fica cada vez mais fértil para a reprodução das piadas.

Vai demorar um pouco para Hadad sair da berlinda na qual foi colocado por esse governo vitimado por fúria arrecadatória. Tal obsessão por impostos para cobrir gastos faraônicos, que parece não cessar enquanto não surgir miraculosamente outra fonte de arrecadação, tem tudo para continuar municiando mais e mais ataques ao pobre ministro. Enquanto isso, ele continua comendo o pão que o diabo taxou, ops amassou!

Paralelamente, Lula, indiferente ao que acontece com seu pupilo, continua soltando frases embaraçosas, que poderiam ser menos engraçadas se não fossem tão comprometedoras. A última do nine foi seu discurso sobre o feminicídio, que merece um lugar de destaque no Livro dos Recordes. Ao abordar os frequentes ataques à mulher, assegurou que acontece porque os homens voltam nervosos para casa quando, por exemplo, seu time de futebol perde o jogo. Aí então, eles descontam na mulher. Em seguida, querendo ser engraçado, soltou a mais preciosa pérola da semana, dizendo que se o agressor for corintiano, "tudo bem"! Ora, a frase tão infeliz quanto misógina e machista, provocou a indignação até das jornalistas de esquerda, que não se cansam de defendê-lo. Esquecendo-se das benesses da Lei Rouanet e dos montantes injetados pelo governo nas emissoras, passaram a atacar Lula e a defender a dignidade aviltada. Até a presidente do PT, uma incansável "passa pano" nas mancadas presidenciais, viu-se obrigada a vir a público neutralizar as chacotas do chefão. E isso tudo aconteceu no mesmo dia em que o filho caçula de Lula, o Lulinha, havia dado uns piparotes na ex-companheira. O tempora, o mores...

Até quando seremos uma republiqueta de bananas, sem dignidade, preconceituosa, onde o desrespeito é a norma e o abuso uma virtude? Lá se foi o tempo de nossos estadistas, de homens que não se deixavam vilipendiar, que não se permitiam conspurcar, que mediam as palavras em vez de se lambuzar com baboseiras e manchar suas biografias irremediavelmente.

A você, que conseguiu suportar todas as notícias indigestas deste artigo, como pedido de desculpas ofereço esta engenhosa frase do grande estadista Benjamin Franklin: "Todos nós nascemos ignorantes, mas é preciso muito trabalho para permanecer estúpidos".

Dra. Maria da Glória De Rosa
Pedagoga, Jornalista, Advogada
Profª. assistente doutora aposentada da UNESP
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