Não somos economistas, mas o bom senso leva-nos a aceitar e a refutar alguns passos da política brasileira. Se vamos errar, as palavras deste artigo dirão e estendemos a mão à palmatória. Se, porém, estivermos no caminho certo, então, este modesto artigo terá cumprido sua missão patriótica. Antes do mais, ficam claras as restrições ao título exposto. Quando falamos em "razões" fica subentendido que pinçaremos alguns poucos supostos motivos do atraso do Brasil no cenário das nações. Nem poderia ser diferente num micro escrito como este.
O que acontecerá com nosso país? Faltam-nos objetivos e planejamento para colocar-nos na rota do desenvolvimento. Acadêmicos como Maílson da Nobrega, por exemplo, alertam para a necessidade de uma revisão de conceitos e mudança de mentalidade, sem o que estaremos eternamente mantidos na mediocridade.
Infelizmente, parte dos brasileiros aspira por obtenção de ganhos financeiros sem fazer esforços. Políticas sociais assistencialistas, elevação do salário-mínimo, o Bolsa Família têm contribuído para enraizar esta aspiração. Temos lembranças das ideias ponderadas de dona Rute Cardoso, esposa de FHC, ao comentar sabiamente a política assistencialista gratuita, que nada exige em troca.
No Brasil, políticas sociais sustentadas com dinheiro público oriundas de impostos pagos pelos brasileiros trabalhadores, beneficiam apenas uma parcela "clientelista" da população. Isto faz crescer a mediocridade, fruto do abandono da meritocracia, colocando o Brasil na contramão do desenvolvimento mundial.
Nossos políticos precisam refletir sobre a posição do Brasil em relação ao restante do mundo. Nesse acirrado panorama, caracterizado pelo forte crescimento de grande parte das nações, o país vai ficando para trás. A respeito desse ínfimo crescimento, alguns autores chegam a admitir que se o país cresceu pouco é porque não merecia crescer mais. Nada ou pouco se conseguirá caso essa mentalidade persista, pois o bem-estar de nossa economia precisa depender do esforço, da atividade e do êxito de cada indivíduo e não do apoio do governo.
No mundo moderno, o Estado deve ser o gerenciador, o incentivador de benefícios, não o "pai de todos", o distribuidor de benesses, modelo esse de há muito engolido por mazelas e idiossincrasias. Que fique bem clara não só a disposição de mudança por parte da população como também a do Estado.
Mudança de mentalidade e de postura de todos os brasileiros, saindo da inércia de quem espera sempre mais. Por outro lado, reviravolta nas atitudes de um Estado com fúria arrecadatória, que gasta sempre muito mais do que arrecada.
O lado moderno do Brasil vem sendo sufocado e estamos cada vez mais caindo numa cultura assistencialista em que o excluído espera ganhar proteção, a classe média anseia passar num concurso público para ter o salário protegido por 30 anos e os ricos se acostumaram a aplicar no mercado financeiro ganhando juros reais a 10% a.a. Como diz Fábio Giambiagi, o Brasil precisa se assumir como país capitalista e desenvolver uma cultura em que a educação seja vista como fundamental pelo cidadão comum, em que a inovação seja estimulada e o esforço reconhecido.